sexta-feira, 30 de novembro de 2007

No conceito das redes, tudo está ligado a tudo

Por Pablo Ibarrolaza

Em 1999 Chris Locke, Doc Searls e David Weinberger começaram uma conversa que, assim como a Biblioteca de Babel, não se detém e é infinita. Uma das teorias mais interessantes do Cluetrain Manifesto é aquela que nos diz: “Mercados são conversações“.

Assim como as conversas nos conectam, gostaria de introduzi-los no conceito das redes como exposto por Barabási em Linked, onde tudo está conectado com tudo.

As redes são o que nos permite virtualizar nossas conversas da mesma maneira que nos permite virtualizar nosso desejo de fazer buscas. Na medida em que fazemos mais buscas, mais conectados ficamos, mais conversas geramos.

Os dados das conversas que geramos nas redes permitem que façamos marketing de uma maneira que nem Lester Wunderman tinha imaginado; seu famoso livro Being Direct poderia ser rebatizado como “Being Conversation”.

Se as conversações são mercados, onde podemos achar manifestações destes mercados?

  • Será que o News Feed do Facebook é uma poderosa conversação onde existem mercados a serem explorados?
  • É possível que quando estamos à frente do Flixster Movie Compatibility Test com um amigo falando de filmes que assistimos, que gostaríamos de assistir ou daqueles de que não gostamos, estamos gerando uma conversação? Quantos mercados esta conversação gera?
  • E aquele Quiz acerca do ator que faz o papel de “Davy Jones” no filme Piratas do Caribe – O Baú da Morte, quantas busca gera?
  • Essas buscas são conversações também? Quantas conversações armazenadas têm o “Banco de Dados das Intenções” (Database of Intentions) como descrito por John Battelle em The Search?
  • É este o famoso “Efeito Borboleta” (provérbio chinês: “o bater das asas de uma borboleta pode ser sentido no outro lado do mundo”) que nos mostraram os diretores Eric Bress e Jonathan Mackye Gruber?

Não sou bom para as respostas e em todo caso, se a gente encontra as respostas juntos criaremos novos mercados, digo conversas.

No momento que estou redigindo este artigo, a IBM acaba de anunciar o fim da publicidade (IBM Predicts the End of Advertising as We Know It), o The Economist na sua seção de negócios nos fala de Conversational marketing e o CEO da McCann, Nick Brien, em entrevista à Adversiting Age declara: “que trata-se de um novo marketing” (It’s Not About New Media, It’s About New Marketing), concluindo que as marcas já não pertencem às empresas (”A brand is ultimately a promise… it is something that is not ownable by a corporation any more”).

Coincidência ou não, todos estes artigos foram publicados na quinta feira 8 de novembro de 2007.

Se vocês me perguntarem como começou isso tudo, eu responderia que foi em 1941. Dentro do El jardín de senderos que se bifurcan, Jorge Luis Borges nos deu a novidade da La biblioteca de Babel:

A biblioteca é ilimitada e periódica. Se um eterno viajante a atravessasse em qualquer direção, comprovaria ao cabo dos séculos que os mesmos volumes se repetem na mesma desordem (que, repetido, seria uma ordem: A Ordem). Minha solidão alegra-se com essa elegante esperança.

…basta que um livro seja possível para que ele exista…

Conversações

IBM Predicts the End of Advertising as We Know It
IBM Consumer Survey Shows Decline of TV as Primary Media Device
Conversational marketing Word of mouse

It’s Not About New Media, It’s About New Marketing

The Cluetrain Manifesto 95 Theses
Español: Manifesto del train de claves
Português: Pessoas da Terra

Wikipedia em inglês: Butterfly effect
Español: Efecto_mariposa
Português: Efeito_borboleta

Conversações possíveis

Controle e busca? Buscamos para ter a ilusão de controlar.

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