quinta-feira, 29 de novembro de 2007

"O videogame" também é uma arte

São Paulo, 21 (AE) - Aquilo que todo mundo vê como diversão para eles é trabalho. Mais do que isso. É arte. "O videogame é visto por muita gente como coisa de criança, mas é um tipo de arte. A literatura quando surgiu também foi encarada como uma forma de alienação e hoje é o maior foco de cultura. Logo o videogame também vai estar nessa", sustenta a atriz Luiza Gottschalk, de 23 anos, que apresenta o programa "Combo Fala + Joga", ao lado do também ator Luciano Amaral e da modelo Tatiana Dumenti.
Na atração, que passa diariamente às 21h30 na PlayTV (canal 21 na TV aberta), os convidados têm de, ao mesmo tempo, conversar e jogar. "As mulheres mandam melhor porque estão acostumadas a fazer dez mil coisas ao mesmo tempo. Sem contar que elas falam muito", diz Luiza.
"O público leigo não percebe o quanto isso é difícil. A maioria dos moleques diz que fala enquanto joga Winning Eleven, mas eles não têm de seguir uma linha de raciocínio, não têm de estar sempre atentos ao que o outro fala, por isso acham que é tranqüilo", diz Luciano.
"A Ivete Sangalo quando veio aqui ficou tão entretida no jogo que não conseguia falar. Já o Zé do Caixão não conseguia nem apertar o botão com aquela unha enorme", conta Luiza. "Mas como o programa é em clima de brincadeira, a gente mesmo vira e diz para o convidado: ‘Fala, mas joga!’", diz Tatiana.
Para eles, a entrevista feita dessa forma é enriquecedora. "A pessoa está mais relaxada, mais descontraída, não está prestando tanta atenção no que está falando. Por isso, saem muitas coisas legais", diz Luiza.
PAIXÃO ANTIGA
Desde a época em que interpretava o inesquecível Lucas Silva e Silva, do "Mundo da Lua" (TV Cultura, 1991), Luciano Amaral é fissurado em videogame. "Jogo desde moleque. Já tive Phanton System, Master Sistem, Nintendinho (Nintendo 8 bits), Super NES, Mega Drive e Sega Saturn. Depois, voltei a jogar com o PlayStation 2", conta.
Com Luiza Gottschalk não foi diferente, mas há um detalhe: ela é mulher. "As pessoas sempre se surpreendem porque eu jogo. Os homens chegam nos lugares mais inesperados, como festas e baladas, e pedem para eu jogar com eles. Ficam loucos para ganhar. É um desafio. É como ganhar do Romário. Mas eu tenho uma média boa, geralmente saio vitoriosa", gaba-se.
Tatiana é a única da turma que caiu de pára-quedas nessa história. "Nunca fui de jogar. A maioria dos games eu aprendo na hora. Quando me chamaram fiquei surpresa. Pago mico junto com os convidados", brinca. "Gosto dos mais fáceis e fujo do Winning Eleven. Falo para o convidado: ‘Eu jogo tão bem boliche no Wii (novo console da Nintendo, com um controle revolucionário)", conta.
Aliás, segundo os apresentadores, o Winning Eleven e os games do Wii são os mais populares entre os convidados. "Acho que o Wii é uma febre momentânea porque os jogos não têm tanta variação", avalia Luciano. "Mas ele revolucionou a maneira de se jogar videogame e botou a Nintendo de novo no mercado", afirma Luiza.
Já o PlayStation 3 não empolga nem mesmo os VJ’s. "Tudo que tem no PS3 eu jogo no computador", diz Luciano. "Entre a primeira e a segunda geração do PlayStation, a mudança foi imensa. No PS2, você já conseguia ver a fisionomia dos personagens. Disseram que o PlayStation 3 revolucionaria o mercado, mas a mudança não foi tão significativa assim."
As meninas também apresentam programas de música e acham isso natural. Para os apresentadores, a ligação entre o mundo dos games e da música está cada vez mais intensa. "É quase como em um filme: a trilha sonora faz toda a diferença", diz Luiza. "O Datarock fez a trilha sonora do Fifa e veio este ano tocar no Planeta Terra (festival que aconteceu há dez dias em SP)", diz Luciano.

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