sábado, 10 de novembro de 2007

Crianças cuidam de bichinhos virtuais em site de relacionamento


Na principal rua de Cooperstown, praticamente todos as lojas, do barzinho à farmácia, oferecem o "Webkinz". É que as crianças desta região do nordeste dos Estados Unidos estão fascinadas com estes bichinhos de pelúcia, que as iniciam no mundo virtual. Os Webkinz são pequenos bichos de pelúcia, que custam menos de 10 dólares e têm um dublê virtual: cada um faz par com uma personagem na Internet que seu dono deve alimentar, vestir e distrair. Eles fazem parte de uma rede que reúne milhares de crianças.
O Webkinz se apresenta como a versão infantil dos sites de relacionamento. Cada bichinho é vendido com um código secreto que dá vida a um animal virtual. Jacarés, porquinhos ou hipopótamos, os animais são constantemente renovados - os Webkinz esgotados são vendidos a mais de US$ 1 mil no eBay - e as crianças chegam até a colecioná-los.
"As vendas explodiram neste verão. Todas as crianças querem um. A maioria das lojas da Cooperstown vende", afirma Rebecca Kennedy, caixa do restaurante TJ's, apontando com o dedo para uma pilha de caixas destes animais na entrada da loja. Esta mania nacional acontece para a alegria da empresa familiar canadense Ganz, que lançou o brinquedo em 2005.
Os Webkinz, por enquanto vendidos apenas nos Estados Unidos e no Canadá, se espalharam como rastilho de pólvora por estes países: o site webkinz.com tinha em maio, segundo a revista CNET, mais de quatro milhões de membros. Depois disso, a Ganz não divulgou mais os seus números.
As crianças precisam cuidar todos os dias de seu animal para evitar que ele fique doente ou morra de fome. Mas a rede é também uma maneira de habituar pequenos e futuros consumidores a comprarem pela Internet.
O site se parece com o Orkut ou o Facebook ou o mundo virtual do Second Life: ele permite que as crianças conversem em chats e que convidem seus "amigos" a brincar com seus personagens. Mas este não é o primeiro site que surge no nicho emergente de rede de relacionamentos para crianças. O mercado é promissor: segundo o eMarketer, 53% das crianças internautas americanas serão membros de um mundo virtual em quatro anos, contra os 24% de 2007. Serão 20 milhões de membros contra 8 milhões atuais. Este nicho se revela ainda como uma mina para os publicitários: US$ 150 milhões serão injetados nos mundos virtuais americanos em 2012, segundo a Park Associates. E de uma tacada só, as marcas Barbie (da Mattel) e Bratz acabam de lançar mundos virtuais, no rastro do sucesso do site sueco Stardoll, com seus 7 milhões de membros no mundo. "Qual será a próxima grande rede depois do Facebook? Webkinz, é claro", prognostica o especialista Jeff Sandquist.

Um comentário:

Daiane Vasconcellos disse...

Achei a matéria interessante, pois ao analisar que essas mesmas crianças que cuidam de bichinhos virtuais todos os dias (comprando roupas e comidas para o animal não morrer na rede) poderão tornar-se os grandes consumidores a comprarem no futuro pela Internet.