segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Grupos Culturais debatem tecnologia digital

Grupos de áreas carentes do Centro-Oeste recebem apoio do governo federal para empregar tecnologia na produção cultural local.
Representantes de grupos culturais vindos de áreas carentes de todo o Centro-Oeste tiveram, na última semana, oportunidade de aprender como as tecnologias digitais podem auxiliar na produção e difusão de arte e conhecimento.
Chamados de Pontos de Cultura, os grupos participam do projeto Cultura Viva e estão recebendo apoio do governo federal.
Cerca de 50 integrantes desses grupos culturais se reuniram em Brazlândia, cidade satélite de Brasília, onde participaram de oficinas sobre temas como reciclagem de computadores, inclusão digital e utilização de softwares livres na produção de vídeos e músicas.
Além de apoio financeiro e bolsas de trabalho, o projeto Cultura Viva, do Ministério da Cultura, oferece aos grupos equipamentos digitais, como câmara fotográfica e filmadora, kit de áudio com mesa de som com12 canais, monitor, amplificador, microfones, fones de ouvido e pedestais para microfone.
Os grupos selecionados devem trabalhar em áreas carentes e comprovar experiência na área cultural.
Entre os grupos que estão reunidos em Brazlândia estão assentados da reforma agrária ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e associações culturais de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal.
O projeto conta com a parceria do Ministério das Comunicações, que disponibilizou para o encontro uma antena para conexão com internet rápida via satélite, a partir do programa Gesac (Governo Eletrônico - Serviço de Atendimento ao Cidadão).
Para o coordenador da ação de cultura digital do programa Cultura Viva do Ministério da Cultura, Vitor Cheretati, o encontro reforça a idéia de interatividade empregada pelas comunidades que utilizam os softwares livres, em que todos podem participar da elaboração de sistemas mais eficientes.
"A gente estava fazendo um trabalho com reciclagem e apareceu uma pessoa que entende bastante da parte elétrica. Nós começamos a falar sobre aterramento e ele tomou a frente e fez uma oficina dele", exemplificou.
"Cada um trás um pouquinho do que sabe e troca nessa rede", acrescentou Cheretati. E o conhecimento produzido nas oficinas não deve ficar só no encontro.
"Essas oficinas fazem com que a gente se sinta estimulado a estar trabalhando também nos nossos pontos", disse o representante do Ponto de Cultura do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Gabriela Monteiro, Augostinho Reis, 36 anos.
Para ele é "fantástico" aprender a lidar com coisas que não se conhece. "Estou aqui ?viajando?, é fantástico", comemorou o camponês durante a oficina de informática.
"O mais importante para mim é a iniciativa livre que é a cultura digital, essa implementação que agente não tinha", afirmou Thabata Lorena, 17 anos, do Ponto de Cultura Invenção Brasileiro de Taguatinga Sul, um pouco ante de gravar uma música no estúdio montado no evento.
"Eu nunca me imaginei tendo essa oportunidade de gravar como está acontecendo aqui", disse. Ela lembrou que com a entrega dos kits multimídia aos Pontos de Cultura essa tarefa de gravação poderá ser feita do próprio Ponto de Cultura.

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