quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Militantes islâmicos usam internet para treinar recrutas, dizem especialistas

A internet tornou-se uma importante ferramenta de ensino para militantes islâmicos. De acordo com especialistas em crime e segurança, campos de treinamento on-line são utilizados para instruir recrutas.

O israelense especialista em segurança na internet, Gabriel Weimann, que é professor da Universidade de Haifa, em Israel, e da Universidade de Mainz, na Alemanha, informa que há algum tempo militantes costumavam conduzir todo o seu treinamento em campos secretos localizados em países como o Afeganistão. "Agora eles se reúnem no ciberespaço", disse durante conferência sobre segurança na internet, na sede da polícia federal alemã (BKA).

Segundo Weimann, insurgentes iraquianos também utilizam imagens de satélite disponíveis para o público no site Google Earth a fim de localizar alvos para seus ataques.

Ele afirmou que sites e salas de chat são usados por grupos islâmicos militantes --como a Al Qaeda-- não só para disseminar propaganda como também para propósitos educacionais.

"Eles ensinam as pessoas a se tornarem terroristas, on-line", disse Weimann. "A Al Qaeda lançou um site com informações práticas sobre como usar armas, executar um seqüestro e fabricar bombas usando fertilizantes."

Weimann, que estuda o uso de sites pelos militantes há quase uma década, exibiu imagens de um vídeo veiculado na internet que mostrava crianças encenando a decapitação de Nicholas Berg, empreiteiro norte-americano que trabalhava no Iraque assassinado em 2004.

Cibercrime

Joerg Ziercke, presidente da BKA, disse que o volume de atividade criminosa está crescendo em ritmo alarmante na internet.

"Em 2006, a polícia registrou 165 mil casos de crime que envolviam o uso da internet, cerca de 40 por cento acima do total do ano anterior", afirmou ele.

Tais crimes incluem "distribuição de pornografia infantil, crime organizado, crimes econômicos, espionagem industrial e mesmo planejamento de atos terroristas", disse.

Ziercke reiterou pedido para que a Alemanha permita a varredura on-line de computadores de suspeitos por meio de programas espiões. Atualmente, esse tipo de atividade é ilegal na Alemanha.

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