terça-feira, 20 de novembro de 2007

China sofre com a importação de lixo eletrônico

Segunda, 19 de novembro de 2007, 14h40

A China tem sofrido com o crescimento de estações de reciclagem de lixo eletrônico, o e-lixo. O ar tem um cheiro ácido vindo de fornos das casas que derretem fios para recuperar cobre e cozinham placas mãe para liberar ouro. Os trabalhadores migrantes usam roupas esfarrapadas e quebram tubos de imagem a mão para recuperar vidro e partes eletrônicas, liberando até 3 Kg de poeira no ar.

Por cinco anos, ambientalistas e a mídia têm alertado para o perigo enfrentado por trabalhadores chineses que desmancham lixo eletrônico. Ainda assim, pouco está sendo feito para que esta prática em relação ao e-lixo mude. Na verdade, o problema só tem piorado em função da contribuição da própria China.

A China produz hoje mais de 1 milhão de toneladas de e-lixo por ano, disse Jamie Choi, ambientalista do Greenpiace China, em Pequim. São cerca de 5 milhões de aparelhos de televisão, 4 milhões de geladeiras, 5 milhões de lavadoras de roupa, 10 milhões de celulares e 5 milhões de PCs. "A maioria do lixo na China vem de outros países, mas a quantidades de e-lixo doméstico está crescendo", disse.

O negócio é movido por economia pura. Para o ocidente, onde regras de descarte são fortes, é 10 vezes mais barato enviar o lixo para outros países. Na China, migrantes pobres vindos do interior arriscam sua saúde por pouco dinheiro, sendo explorados por empresários.
Acordos internacionais e regulamentos europeus proibiram a exportação de eletrônicos velhos para a China, mas furos na lei - e às vezes subornos - permitem os países a contornar os requisitos. Apenas uma pequena parcela dos eletrônicos voltam para fabricantes, como Dell e HP para reciclagem segura.

Mais de 90% do lixo acaba em depósitos com nenhum padrão ambiental, onde máquinas de retalhar, incêndios, banhos de ácido e fornos são utilizados para recuperar ouro, prata, cobre e outros metais valiosos enquanto gases tóxicos são expelidos no ar e químicos nos rios.

Números precisos sobre o mercado sem regulamentação são difíceis de conseguir. Entretanto, especialistas concordam que é um problema de país em desenvolvimento. Eles estimam que cerca de 70% dos 20 a 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico produzido globalmente cada ano é jogado na China. O resto vai para a Índia e nações africanas pobres.

AP
Leia esta notícia no original em:Terra - Tecnologia http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI2085622-EI4799,00.html

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