sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Olá pessoal

Em algumas aulas, talvez a maioria, as críticas as operadoras de telecom no Brasil foram generalizadas. Como eu acho que todos têm o direito de externar suas idéias sugiro que vocês dêem uma olhada na apresentação que o Sr. César Rômulo, Superintendente executivo da TELEBRASIL (organização que congrega as telecom's) fez na I Semana de TIC da Bahia. É a versão deles para a situação da prestação de serviços de telecomunicações no país. Entre outras coisas ele questiona a autoridade do governo para exigir um serviço de qualidade nas comunicações enquanto os outros servições públicos (de responsabilidade do governo) a prestação é precária. http://www.ticbahia.com.br/semanadetic/documento/26.ppt

Extra inicia hoje venda de conversores para TV Digital

Rede de supermercados vai oferecer os equipamentos da Semp Toshiba e Philips, já que oficialmente as transmissões do padrão começa neste domingo.

Por Redação do COMPUTERWORLD

A Rede Extra inicia nesta sexta-feira (30/11) a venda de conversores para os consumidores que quiserem receber as imagens de TV via transmissão do sistema digital já no próximo domingo, dia 02 de dezembro, quando o sinal já estará disponível aos telespectadores da Grande São Paulo.


Quem comprar antes do início oficial, poderá assistir ao vivo à festa de inauguração do novo sistema, que contará com representantes do governo - entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro das Comunicações, Hélio Costa - e de todas as emissoras e fabricantes de equipamentos de recepção do sinal.O evento conta com pronunciamentos e, segundo especulações, o presidente Lula poderá anunciar isenção de impostos aos fabricantes de conversores e televisores, para que o preço hoje entre 400 e 1100 reais caia.
Os primeiros modelos disponíveis na rede Extra são da marca Semp Toshiba, vendidos a 799 reais (modelo DC2007M) e 1099 reais (modelo DC2008H), e também o aparelho da marca Philips nas cores preta ou branca, do mesmo preço. A partir de sábado, dia 1º de dezembro, o canal de vendas pela internet do Extra, www.extra.com.br, inicia também as encomendas para os televisores Samsung, com o sistema digital embutido.

Google experimenta votação em resultados de busca

A Google iniciou testes em um novo sistema experimental que permitirá a alguns poucos usuários modificar a hierarquia e até mesmo os resultados obtidos em suas buscas.
Em um sistema parecido com o do site de notícias Digg, em que os visitantes cadastram e votam nas notícias mais relevantes e interessantes dentro de diversas categorias, os testes dos Google Labs permitirão que, além de priorizar seus resultados favoritos, seus usuários movam, ignorem e adicionem links de sua preferência, conforme noticiou o site Tech.Blorge.
Cada link editado como preferido apresentará um asterisco laranja e, caso o usuário desista de alguma alteração que tenha feito, será possível desfazê-la através de um histórico. Porém, ao contrário do que muitos podem imaginar, o recurso será testado em base individual, ou seja, as alterações de um usuário não interferirão na busca de outro, o que evita que aconteçam edições tendenciosas.
A vantagem do sistema é que, a cada busca pelos mesmos termos, os links marcados como irrelevantes não aparecerão e a hierarquia estabelecida previamente pelo usuário será mantida, desde que este possua uma conta Google, que pode ser criada gratuitamente. Para o site The Register, a princípio, a experiência não é indispensável já que qualquer um pode guardar seus links no menu Favoritos de seu próprio navegador, todavia pode render resultados interessantes se a empresa aproveitar os dados para implementar melhorias no resultado geral oferecido pelo serviço.
Na página oficial do experimento, que pode ser lida (em inglês) no atalho tinyurl.com/2we9o, é informado que o recurso estará disponível para alguns durante apenas algumas semanas.

Inclusão Digital?

Algumas coisas passam despercebidas no nosso dia-a-dia.
Precisei ler o texto de Denize Correa Araújo, O caráter pseudo da inclusão dital, alguns dias antes da prova de Comunicação e Tecnologia para dar um outro sentido a algo que, de certa forma, aconteceu comigo há alguns dias atrás.
À primeira vista, me pareceu uma situação engraçada. Na verdade, continuei achando engraçado até ler tal texto e perceber que se trata de algo bastante problemático.
Tenho uma vizinha que trabalha como diarista. Numa sexta-feira, há mais ou menos 2 meses, ela chegou na minha casa, pontualmente às 9 horas como de costume para trabalhar.
Ela é uma pessoa muito feliz, mas naquele dia estava particularmente animada e logo foi falando:
-Josci, vem cá ver meu celular novo!
Desci as escadas quase correndo. Era uma espécie de intimação.
Ela me contou, entusiasmadamente, que havia comprado um celular novo. O lançamento da loja: “É incrível! Cabe um monte de música! Tira fotos. Faz vídeos”.
Eu também achei o aparelho lindo. Era um Nókia, com tecnologia bluetooth, 516 MB de memória, uma câmera com ótima resolução e etc .
Até aqui, nada de mais, afinal, esse tipo de celular, apesar de ainda ser economicamente inacessível para grande parte da população (a mulher de que falo, por exemplo, dividiu o pagamento em 12 parcelas), é cada vez mais vendido.
O interessante de toda essa história é que ela não sabia como utilizar todas as vantagens do aparelho. Não tinha noção de como gravar e salvar vídeos, de como baixar ou converter músicas para ouvir no celular, de como enviar torpedos MMS, e nem imaginava o que era a tal tecnologia bluetooth da qual o vendedor tanto falou. Mas o celular era lançamento e cheio de características que lhe pareceram interessantes. Por isso comprou.
Dessa forma, ao ler o texto de Denize, me dei conta de como os problemas lançados pela autora são verdadeiros. O simples fato de alguém estar em contato de uma tecnologia avançada nem sempre implica em ela fazer uso adequado ou satisfatório dela. A diarista, mesmo possuindo em suas mão um aparelho com um potencial interativo imenso, continuou usando o celular apenas para realizar chamadas de voz. Nem mesmo a função SMS ela usava.
Ela comprou o celular não para desfrutar das inúmeras possibilidades comunicativas e criativas que o aparelho poderia lhe proporcionar, mas para ser proprietária de um celular de última geração, não importando o uso que fosse fazer dele.
Dessa forma, pude compreender melhor o que Denize quis dizer quando afirmou que o simples fato de ter acesso a uma mídia não implica em as pessoas estarem digitalmente inclusas. As inúmeras propriedades do celular da diarista que citei em nada mudaram a forma como ela se relacionava com o mundo e com as outras pessoas. Possivelmente, se ela não possui um controle para o DVD, continua levantando do sofá para dar play e pause no filme, mesmo podendo utilizar o aparelho celular para isso.
E, apesar de poder estar conectada constantemente à internet através desse mesmo aparelho, ela nem mesmo sabe como fazê-lo. Então, poderíamos chamar isso de inclusão digital, mesmo ela não sabendo como utilizar o aparelho? Que tipo de inclusão digital é essa que apenas facilita (?)o acesso às mídias e tecnologias, mas não ensina como utilizá-las?

No conceito das redes, tudo está ligado a tudo

Por Pablo Ibarrolaza

Em 1999 Chris Locke, Doc Searls e David Weinberger começaram uma conversa que, assim como a Biblioteca de Babel, não se detém e é infinita. Uma das teorias mais interessantes do Cluetrain Manifesto é aquela que nos diz: “Mercados são conversações“.

Assim como as conversas nos conectam, gostaria de introduzi-los no conceito das redes como exposto por Barabási em Linked, onde tudo está conectado com tudo.

As redes são o que nos permite virtualizar nossas conversas da mesma maneira que nos permite virtualizar nosso desejo de fazer buscas. Na medida em que fazemos mais buscas, mais conectados ficamos, mais conversas geramos.

Os dados das conversas que geramos nas redes permitem que façamos marketing de uma maneira que nem Lester Wunderman tinha imaginado; seu famoso livro Being Direct poderia ser rebatizado como “Being Conversation”.

Se as conversações são mercados, onde podemos achar manifestações destes mercados?

  • Será que o News Feed do Facebook é uma poderosa conversação onde existem mercados a serem explorados?
  • É possível que quando estamos à frente do Flixster Movie Compatibility Test com um amigo falando de filmes que assistimos, que gostaríamos de assistir ou daqueles de que não gostamos, estamos gerando uma conversação? Quantos mercados esta conversação gera?
  • E aquele Quiz acerca do ator que faz o papel de “Davy Jones” no filme Piratas do Caribe – O Baú da Morte, quantas busca gera?
  • Essas buscas são conversações também? Quantas conversações armazenadas têm o “Banco de Dados das Intenções” (Database of Intentions) como descrito por John Battelle em The Search?
  • É este o famoso “Efeito Borboleta” (provérbio chinês: “o bater das asas de uma borboleta pode ser sentido no outro lado do mundo”) que nos mostraram os diretores Eric Bress e Jonathan Mackye Gruber?

Não sou bom para as respostas e em todo caso, se a gente encontra as respostas juntos criaremos novos mercados, digo conversas.

No momento que estou redigindo este artigo, a IBM acaba de anunciar o fim da publicidade (IBM Predicts the End of Advertising as We Know It), o The Economist na sua seção de negócios nos fala de Conversational marketing e o CEO da McCann, Nick Brien, em entrevista à Adversiting Age declara: “que trata-se de um novo marketing” (It’s Not About New Media, It’s About New Marketing), concluindo que as marcas já não pertencem às empresas (”A brand is ultimately a promise… it is something that is not ownable by a corporation any more”).

Coincidência ou não, todos estes artigos foram publicados na quinta feira 8 de novembro de 2007.

Se vocês me perguntarem como começou isso tudo, eu responderia que foi em 1941. Dentro do El jardín de senderos que se bifurcan, Jorge Luis Borges nos deu a novidade da La biblioteca de Babel:

A biblioteca é ilimitada e periódica. Se um eterno viajante a atravessasse em qualquer direção, comprovaria ao cabo dos séculos que os mesmos volumes se repetem na mesma desordem (que, repetido, seria uma ordem: A Ordem). Minha solidão alegra-se com essa elegante esperança.

…basta que um livro seja possível para que ele exista…

Conversações

IBM Predicts the End of Advertising as We Know It
IBM Consumer Survey Shows Decline of TV as Primary Media Device
Conversational marketing Word of mouse

It’s Not About New Media, It’s About New Marketing

The Cluetrain Manifesto 95 Theses
Español: Manifesto del train de claves
Português: Pessoas da Terra

Wikipedia em inglês: Butterfly effect
Español: Efecto_mariposa
Português: Efeito_borboleta

Conversações possíveis

Controle e busca? Buscamos para ter a ilusão de controlar.

Compras de fim de ano

Enquanto em países asiáticos, a febre da dependência digital já beira os internamentos em clínicas de tratamento psicológico, nos Estados Unidos os consumidores americanos gastaram soma recorde de US$ 733 milhões na internet no 'cyber-segunda-feira' --que tradicionalmente lança a temporada de compras on-line de fim de ano nos Estados Unidos-- indicou nesta quarta-feira o gabinete especializado comScore.
O 'cyber-segunda-feira', que caiu este ano no dia 26 de novembro, tem este nome em razão da febre de consumo que acomete os internautas logo após o fim de semana do feriado de Ação de Graças.
Este ano, as compras feitas na rede subiram 21% em relação a 2006.
'Isto representa um dia recorde em termos de consumo na internet, mas acreditamos que um certo número de dias das próximas semanas passará o total do 'cyber-segunda-feira', podendo passar de US$ 800 milhões', indicou o diretor do comScore, Gian Fulgoni.
Mais de US$ 10,7 bilhões já foram gastos através da internet desde 1º de novembro, segundo relatório da comScore sobre as transações realizadas durante períodos de festa nos Estados Unidos.
Camila Moreira

Comentário ao texto de Bruno

É claro que haverá uma contrapartida na utilização deste serviço. Há respaldo legal para este tipo de sistema operacional promovido pelo Google?Quem disse que os usuários de determinados aparelhos de telefonia móvel ficarão satisfeitos em terem seus passos monitorados por uma empresa como Google?

Google lança sistema de posicionamento global para celular


Com um telefone celular com conexão à Internet, mesmo sem o sistema GPS (Global Positioning System), o Google pode localizar a área em que uma pessoa está, graças à antena do aparelho.


No blog da empresa, nesta quarta-feira, anunciava-se que esta nova função, batizada de "My Location" e ainda em período de testes, permite localizar nos mapas do Google o lugar onde um determinado celular se encontra, com uma margem de erro de 1.000 metros.


Segundo o jornal "The New York Times", o Google registrou as localizações das antenas, graças a dados enviados por usuários de telefones com GPS que se conectam à Internet, o que permitiu apontar suas posições em um mapa.


Esta ferramenta funciona com telefones inteligentes equipados com sistemas Java, BlackBerry, Windows Mobile ou Nokia/Symbian. Em um fórum de discussão na Web, alguns usuários já disseram que ainda não conseguiram fazê-lo operar.


Mesmo que este programa não seja tão preciso como os aparelhos com GPS, o que possibilita a localização com um metro de margem de erro, permite, por exemplo, dar indicações de estradas.


Também ajudará a desenvolver um novo sistema de publicidade, uma fonte de receita com a qual o Google, que se posiciona como líder mundial na Internet, conta bastante. Assim, quando alguém procurar "pizza" no telefone, todas as pizzarias próximas serão marcadas no mapa.


Segundo eMarketer, a publicidade móvel representará US$ 16 bilhões em 2011, dez vezes do que é hoje.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Agrupacion o conexion?

Isso aí ainda pode ser útil hein! Ta aí pessoal

Agrupacion o conexión?

- A sociedade da informação, entendida como aquela centralizada em torno da geração, processamento e distribuição da informação, vem se desenvolvendo já há algumas décadas.

- A sociedade da informação emergiu da sociedade industrial, mas está começando a substituí-la. Exemplo: há cada vez mais pessoas empregadas no setor terciário, trabalhando com informações, enquanto o setor secundário emprega cada vez menos gente.

- Não se pode usar os conceitos 'pessoas' e 'sociedade' separadamente, pois a existência de um depende da existência do outro. O que pode ser analisado é o campo das relações intersubjetivas.

- Partindo desse pressuposto, o autor considera a comunicação como a infra-estrutura da sociedade da informação.

- A sociedade da informação, em sua completude, é utópica, pois para haver um intercâmbio recíproco de informações entre as pessoas é necessário uma abertura, um altruísmo entre elas. Pelo contrário, o que prevalece na realidade é a auto-afirmação, o egoísmo.
A solução para isso pode ser a telemática.

- Telemática: técnica que parte da construção da sociedade da informação. Tele: aproximação de algo distante. Mática: relativo a automatismo. Telemática: Técnica de aproximação automática do distante.

- A telemática possibilita a aproximação das pessoas sem nenhum esforço da parte delas, através de aparatos como o telefone e a Internet, acabando até com as distâncias físicas.

- A proximidade entre as pessoas na sociedade da informação gera uma ética específica, pois quanto mais as pessoas se cercam e se comunicam, maior a quantidade de informação que fluirá entre elas e maiores as responsabilidades que assumem.

- Os dispositivos da telemática têm bases nos meios de comunicação de massas, mas, ao contrário destes, possibilitam uma maior interação entre os usuários. "São dispositivos para conectar".

- A revolução da comunicação mudou o modo de acesso às informações. Antes, havia um espaço público específico para a divulgação das informações e a recepção delas. Agora, a informação é produzida no meio privado e enviada para outros espaços privados, onde são recebidas e processadas.

- A comunicação do tipo de "agrupação" consiste na emissão das informações aos receptores sem estes terem à sua disposição canais para unir receptor ao emissor e vice-versa (a exemplo da televisão).

- O autor entrevê duas possibilidades para o futuro: se prevalecer a "agrupação", teríamos uma vida irresponsável e idiotizante, típico de uma sociedade totalitária. Já caso a conexão consiga penetrar nos meios de comunicação, desintegrando as agrupações, a utópica sociedade da informação em que podemos nos realizar com o outro torna-se uma possibilidade palpável.

Aguirre Talento

Abrangência dos celulares no mundo chega a 50%

A telefonia celular atingiu na quinta-feira 3,3 bilhões de usuários no mundo, equivalente a metade da população do planeta, 26 anos depois do lançamento da primeira rede de telefonia móvel, segundo dados da empresa de pesquisas Informa.
Desde a ativação das primeiras redes da empresa Nordic Mobile Telephony (NMT), em 1981 na Suécia, Noruega e Arábia Saudita, os celulares se tornaram o produto eletrônico mais vendido do mundo.
Nos últimos anos, o setor vem registrando forte crescimento nas periferias da China e da Índia, graças à redução nos preços dos aparelhos e das chamadas. As empresas já estão de olho no interior da África para manter o crescimento.
As redes nórdicas foram o embrião das histórias de sucesso de dois fabricantes de aparelhos celulares da região, a finlandesa Nokia e a sueca Ericsson. Na Ásia, o rápido crescimento do setor estimulou a produção das sul-coreanas Samsung e LG e da chinesa ZTE, que agora estão entre as seis maiores do mundo no setor.
Embora o número de celulares equivalha a 50 por cento da população mundial, isso não significa que metade das pessoas tenha um celular, já que, segundo a Informa, em 59 países a penetração é superior a 100 por cento —em média, cada pessoa tem mais de um aparelho.

Segundo o Centro de Programas Internacionais do Burô do Censo dos EUA, a população do planeta na quinta-feira é de 6.634.294.193 pessoas.
No mesmo dia, 2.571.563.279 pessoas usam a tecnologia mais comum, a GSM, segundo a entidade global GSM Association. A segunda tecnologia mais usada, a CDMA, tinha no fim de setembro 421,4 milhões de usuários.

(Por Tarmo Virki)
Reuters

Microsoft perde apelação em caso sobre patente e terá que pagar US$ 140 mi

Um corte de apelação federal nos EUA confirmou a decisão de corte distrital que ordena à Microsoft e à Autodesk pagar milhões de dólares por infração de patentes.

Por IDG News Service, EUA
29 de novembro de 2007 - 08h30

A corte federal de apelações dos Estados Unidos ratificou a decisão de corte distrital do Texas que garante pagamento para a empresa z4 Technologies de 115 milhões de dólares da Microsoft e 18 milhões de dólares da Autodesk para entrar em acordo em processo sobre infração de patente.

A corte do Texas também condenou a Microsoft a pagar mais 25 milhões de dólares para a z4 para encerrar o caso, originalmente preenchido em setembro de 2004 e negou o pedido da Microsoft por novo julgamento.

O júri do Texas concordou que tanto a Microsoft e a Autodesk infringiram duas patentes de propriedade da z4 - U.S. Patent nº 6,044,471 e U.S. Patent nº 6,785,825. As patentes são de tecnologia para ativação de produtos que busca evitar uso não autorizado e prevenir a pirataria de software.

A z4 Technologies é uma empresa privada baseada no estado norte-americano do Michigan e desenvolve tecnologia de DRM (digital rights management).

Elizabeth Montalbano - IDG News Service


Empresa nigeriana processa 'laptop de US$ 100' por plágio



O XO, laptop popular desenvolvido por Nicholas Negroponte e a entidade “Um laptop por criança” (OLPC), está sendo processado pela Lagos Analysis, empresa nigeriana com sede em Massachusetts (EUA), segundo o site Register.


A Lagos afirma que o “laptop de US$ 100” teria se apropriado de um recurso patenteado pelo teclado nigeriano, que tem quatro teclas “shift” para facilitar o uso de caracteres e acentos incomuns nos teclados tradicionais, como “Æ”.

Adé G. Oyegbola, chefe executivo da Lagos, afirmou ao Register que Nicholas Negroponte teria comprado teclados da empresa em 2006 e iniciado o processo de engenharia reversa para habilitar o acesso aos caracteres “incomuns”.

Negroponte é professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e fundador da OLPC, que projetou o laptop popular. A OLPC ainda não se pronunciou. O XO começou a ser fabricado na China no início de novembro.


O laptop da OLPC é destinado a uso escolar em países em desenvolvimento. O suporte a caracteres especiais variados facilitaria sua aplicação nos diferentes países que mostraram interesse em adquirir o aparelho, como Peru, Equador e Brasil. O Uruguai foi o primeiro país a anunciar oficialmente a compra de 100 mil máquinas.


10 motivos para preferir o Windows ao Linux

Por Gilberto Alves Jr.
Há algum tempo tenho usado o Linux (Ubuntu) e o Windows, paralelamente. Já falei aqui sobre a minha primeira impressão do Ubuntu, que foi ótima. Agora, depois de um tempo usando os dois sistemas, estou quase chegando à conclusão de que, para mim,é melhor usar o Windows ao Linux. Vamos aos motivos:
1. Múltiplas áreas de trabalho -Uma coisa que eu adoro no Linux é a maneira como ele me ajuda a me organizar com as múltiplas áreas de trabalho. Acontece que eu achei um programa, o dexpot, que faz isso no Windows. Não é tão bom quanto o Gnome, mas já é uma coisa que antes eu só tinha no Linux e agora tenho também no Windows.
2. Objectdock - Depois de me impressionar com a beleza do Macbook Pro de um amigo, resolvi procurar um dock igual para Windows. Achei, é o objectdock. Troquei toda a barra de tarefas e menu iniciar pela linda barrinha do objectdock plus, isso tornou o Windows muito mais bonito e gostoso de usar. Veja a tela aqui.
3. Google Desktop -Eu sei que o Linux tem o Spotlight para buscas no desktop. Mas uma das coisas que mas me faz falta no Linux são os gadgets do Google Desktop. Antes eu usava muito esses programinhas, para ficar por dentro de tudo sem precisar ir no gmail, google reader… Alternando entre linux/windows eu estou usando o igoogle para ter as mesmas funcionalidades, mas ele não chega nem perto da beleza e agilidade da barra lateral do gdesktop.
(nota da redação: na semana passada, saiu a primeira versão beta do Google Desktop para Linux, vale o teste)
4. Photoshop - O Gimp é legal, mas ainda não tem tudo que eu uso no Photoshop. O Gimpshop - que promete ter uma interface como a do Photoshop - me deixou frustrado. Eu passei muito, muito tempo testando as muitas maneiras que dizem por aí que é possível instalar o Photoshop no Linux, mas não achei nenhuma que funcionasse direito. Além disso, há muitos anos eu uso o Photoshop, não acho que valha a pena a curva de aprendizado para ter no Gimp a agilidade que tenho hoje no Photoshop.
5. Macromedia Flash/Dreamweaver - O Dreamweaver é o programa no qual estou acostumado a programar interfaces. Eu sei que tem coisas até melhores para o Linux (o Eclipse, por exemplo), mas aí aplica-se a mesma questão (curva de aprendizado) do Photoshop. O mesmo a respeito do Flash.
6. Internet Explorer - Mais um problema exclusivo de quem faz design de interfaces para web. Embora eu só use o Firefox, tudo que eu faço deve funcionar no Internet Explorer. Eu não tenho certeza absoluta de que o IEs4Linux roda exatamente como IE no Windows.
7. Google Talk - O pidgin é muito legal, bem melhor que o gaim era. Mas ainda não é tão bom quanto o google talk, que há bastante tempo é o único IM que uso. A maioria das minhas reuniões com clientes são feitas por voz através do Gtalk, por isso, sem ele a minha vida fica bem mais difícil.
8. Personalização - Uma coisa que eu preferia no Linux é a enorme facilidade que eu tenho para deixá-lo como eu quero, personalizando cada detalhe. Bem, às vezes isso também é um problema, porque com tantas opções algumas tarefas que deveriam ser fáceis acabam sendo complicadas - eu preciso de um “how to” para praticamente qualquer configuração menos usual e instalação de programas que não estejam no repositório. Encontrei o programa (grátis e da própria Microsoft) Powertoys TweakUI que torna fácil personalizar muita coisa que antes eu achava impossível mudar no Windows.
9. Rapidez e Estabilidade - Antigamente o Linux era conhecido por ser muito mais rápido e estável. Bem, nestas semanas em que estou usando os dois, percebi que realmente o Ubuntu é mais rápido, mas não muito mais rápido. E o meu Windows XP, cuidadosamente configurado, sem nenhum programa desnecessário instalado, não tem travado quase nunca. Há diferença aqui: o Linux é melhor, mas não é tanto quanto era antigamente - quando o Windows 95 com IE4 vivia dando dor de cabeça.
10. Segurança - Quase todos os programas que eu mais uso são online. Com isso eu tenho todos os benefícios do Office 2.0, entre eles uma preocupação muito menor com vírus, backup e perda/roubo de dados. Basta eu fazer backup dos arquivos que uso no desktop (poucos) e posso ficar tranqüilo: se o Windows bichar, basta formatar - o que me leva umas quatro horas, mas eu não me lembro da última vez que tive um vírus no computador, porque sou muito cuidadoso com o que acesso na internet.
Conclusão - Enfim, eu gostaria muito, muito mesmo, de esquecer o Windows de vez e usar só o Linux, mas, por causa dos programas que não posso usar, me parece melhor adaptar o Windows para funcionar como quero do que ter que me adaptar a outros programas essenciais à minha produtividade.
Bastaria que a Adobe e o Google (quem diria! logo eles que aproveitam tanto o opensource) dessem mais atenção ao Linux para que eu voltasse ao meu tão querido pinguim. Mas por enquanto, fico no windows.

Janelas - resenha

→ a janela (window) é a abreviatura de uma série de inovações que compõem a interface de um computador. Foi projetada para ser maleável e mutável, graças a isso, torna o uso do PC mais fácil.
→ No entanto, Steve Johnson inicia o texto com o seguinte questionamento: por que seria mais fácil usar uma interface fundada em janelas que uma só em texto?
→ a resposta imediata teria relação com a capacidade inata humana para a memorização visual, pois seria mais fácil administrar a informação num local espacial do que textual. Porém, para o autor, essa explicação não corresponde à maneira como são usadas as janelas no cotidiano, já que para ele, as mesmas têm pouco a ver com a facilidade de arquivar a sua localização na mente, afinal são elementos fluídos e portáteis e por isso, muitos usuários costumam modificá-las, mexe-las, aumentando-as ou diminuindo-as, jogando-as na periferia do computador. Nessa Perspectiva, de que vale a memória visual para tratar um dispositivo que circula tanto?
→ “Como muitas de nossas ferramentas de gerenciamento de arquivos, as janelas raramente operam a serviço da memória visual (...). Pensemos no modo como uma interface atual baseada em janelas lida com o armazenamento de nossos documentos. Segundo a linha oficial, lembramos onde pusemos determinado arquivo, antes de mais nada porque pensamos em termos de “onde”. Em outras palavras, a interface gráfica confere coordenadas espaciais ao arquivo, dando-lhe as propriedades espaciais de um arquivo residente numa escrivaninha do mundo real.”
→ O benefício de utilizar janelas está não somente na possibilidade de ver dois documentos ao mesmo tempo, mas também, de “ziguezaguear” entre esses com um único clique do mouse.
→ “A janela se revelou um meio de visualizar o que os programadores chamam de alternância de modo (...). Apalavra modo tem uma definição tecnicamente precisa, mas para nossos fins vamos usar o termo num sentido mais amplo. Temos um modo para criar um novo documento de texto, um modo para editar uma planilha, um modo para reorganizar um diretório de arquivo. Nos tempos da linha de comando, tínhamos de iniciar cada um desses diferentes modos, digitando uma obscura seqüência de letras”.
→Foi a Xerox parc quem substituiu por janelas esses inteligíveis modos movidos a comandos. Tal transição, segundo Steven Johnson, representou um “avanço espetacular na facilidade de uso – tão espetacular, que agora é difícil imaginar um mundo digital sem janelas”.
→Para Sherry Turkle, a imaginação dotada de janelas é emblemática de nossa condição pós-moderna: o campo unificado pensamento pós-iluminista tradicional se rompeuem vários pontos de vista diferentes, todos igualmente válidos. A passagem do sistema fixo da linha de comando para as possibilidades mais anárquicas da janela, segue a mesma trajetória percorrida pela filosofia ocidental: da verdade unificada, de Kant e Descartes, para o relativismo e a ambigüidade de Nietzche e Deleuze. A jenela seria, portanto, um modo de pensar com múltiplos pontos de vista, de ter acesso a diversos eus.
→Sven Birkets contrapõe essa argumentação, pois segundo ele, a janela é menos uma questão de múltiplos eus e sim uma questão de ADD, a síndrome do distúrbio do déficit da atenção, mais um sinal de resistência da nossa cultura ao ritmo lento e contemplativo do romance tradicional.
→ Já Allan Bloom e Dinesh D’Souza rejeitam a idéia de múltiplas perspectivas, mas acham que as janelas moldam a mente do ser humano.
→ essas posições citadas anteriormente têm em comum a premissa subjacente de que janelas conduzem a uma experiência mais fragmentada, desconexa do mundo. Entretanto, o autor não está convencido de que esse pressuposto é, a priori, procedente, pois, apesar da interface baseada em janelas permitir fazer múltiplas tarefas no computador, a maioria dos usuários se envolve em sequâncias discretas, sem grandes usos do serviço disponível. Realizam apenas uma tarefa após outra, em vez de tratar de todas ao mesmo tempo.
→ Porém, apesar dessa consideração, Steven Johnson acredita que o surgimento da janela devolveu ao homem a possibilidade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo.
→ Entre as metáforas básicas que compõem a retórica da interface, a janela foi a que manos se desenvolveu ao longo dos últimos vinte anos.
→ Recentemente, foram criadas subjanelas, conhecidas por quadros, que dividem as janelas existentes em unidades discretas.
→ O quadro (ou frame), logo quando surgiu foi chamado de Kludge, um remendo, um conserto e foi usado para resolver o problema referente à dificuldade de navegação nas páginas de HTML, pois havia uma correspondência direta entre a página e a janela representada ao usuário, sendo assim, esses elementos rolavam juntos:
“Se rolássemos a página para baixo, os elementos que estavam no alto desapareceriam pelo topo da janela. Era preciso rolar de novo para cima para ver a informação”.
→Os quadros possibilitaram, também, múltiplas janelas em um só processador de texto. Porém tal iniciativa gerou alguns problemas de ordem ética, pois, se agora a janela podia apontar para duas páginas ou sites diferentes ao mesmo tempo, mesmo que esses viessem da mesma fonte.
→Os quadros deram origem a uma forma de parasitismo digital. Uma empresa chamada Total News foi acusada de infringir direitos autorais ao bolar um esquema só concebível num mundo digital: uma espécie de clipping de notícias. Em um frame oferecia links dos mais famosos jornais que, quando clicados, arremessavam o referido site no frame central da janela, enquanto o frame superior mostrava constantemente propagandas dos anunciantes. Quanto mais usuários freqüentavam sua página, mais os lucros da Total News aumentavam, enquanto os gastos permaneciam insignificantes. Isso é ilegal? Ainda não há uma resposta, mas vale ressaltar que todo esse modelo seria impensável sem os frames.
→Surgiu o navegador, ou browser, derivação da janela original que tem o intuito de tornar a web mais acessível. “Ele é uma metaforma, um mediador, um filtro. È uma janela que abre para o espaço de dados, separando o usuário e a informação, mas também moldando essa informação de todo tipo de maneiras, sutis e não tão sutis”.

Adobe e Yahoo testam publicidade em documentos PDF

SAN FRANCISCO (Reuters) - A produtora de software Adobe e o grupo de Internet Yahoo anunciaram na quarta-feira que oferecerão um serviço sob o qual será possível veicular publicidade no popular formato de documentos eletrônicos criado pela Adobe.
O novo serviço, Ads for Adobe PDF Powered by Yahoo, oferece aos criadores de conteúdo escrito uma alternativa às vendas de assinaturas convencionais. Caso a idéia seja adotada em larga escala, pode surgir um novo modelo para o mercado editorial, baseado em publicações gratuitas bancadas por publicidade, disseram analistas.
O acordo é a mais recente empreitada do Yahoo para expandir o alcance de seu sistema de publicidade para além dos sites controlados pelo grupo. Desde o ano passado, o Yahoo vem assinando acordos de parceria para fornecer anúncios online ao grupo de leilões eBay, à operadora de TV a cabo Comcast e a um consórcio de jornais norte-americanos.
O serviço Adobe permitirá que os criadores de conteúdo gerem receita pela inclusão de anúncios de texto vinculado ao conteúdo de um documento em formato PDF (portable document format). A publicidade será veiculada em um painel separado da página principal.
"As pessoas desejam conteúdo gratuito", disse Matt Swain, analista do grupo de pesquisa de mercado InfoTrends, que foi informado pelas empresas sobre seus planos. "A questão é como atingir os consumidores sem cobrar assinaturas."
O serviço deve iniciar em breve testes públicos, que durarão alguns meses, segundo as empresas. Um período anterior de teste fechado incluiu grupos editoriais profissionais como o IDG InfoWorld, Wired, Pearson Education, Meredith e Reed Elsevier.
O serviço gratuito não requer software especial e está aberto a grupos editoriais que publiquem conteúdo em inglês e nos Estados Unidos, inicialmente.
"É uma ferramenta poderosa para grupos editoriais de qualquer porte", disse Todd Teresi, vice-presidente sênior da Yahoo Publisher Network, indicando que o sistema poderia atender a todos, de conglomerados de mídia ao boletim de informações de uma associação de pais e mestres, por exemplo.

Tire suas dúvidas sobre a TV digital


da Folha de S.Paulo

O QUE É TV DIGITAL?
É uma nova tecnologia de transmissão que oferece melhor qualidade de imagem, permite acessar TV por dispositivos portáteis, como celular ou notebook, e, no futuro, interagir com os programas

O QUE MUDA EM 2 DE DEZEMBRO?
Inicialmente, somente a imagem e o som, ambos equivalentes aos de um DVD. Caso o sinal esteja fraco, a imagem ou não vai aparecer ou ficará travada

O QUE VEM A SER ESSA INTERATIVIDADE?
O consumidor poderá, no futuro, acessar um guia de programação ou a tabela do Campeonato Brasileiro e participar de enquetes. Fala-se sobre a venda de produtos pela TV, mas os recursos ainda não são realidade

O QUE É PRECISO PARA TER A TV DIGITAL?
Conversor (conhecido também como set-top box ou caixinha) e antena UHF

CONSIGO ASSISTIR PELA TV DE TUBO?
Sim, desde que tenha um conversor. Se ele não for de alta resolução, a imagem será como a de um DVD (que é melhor do que a analógica)

A TV DE PLASMA E LCD QUE EU COMPREI JÁ ESTÁ PRONTA PARA USAR?
Provavelmente não. Somente nesta semana começam a chegar ao mercado os primeiros televisores com conversores embutidos, que custam a partir de R$ 7.999

TODA TV DIGITAL É DE ALTA DEFINIÇÃO?
Não. A transmissão poderá ser digital com definição-padrão, que é semelhante à de um DVD

QUANTAS TVS EU POSSO LIGAR NO CONVERSOR?
Cada conversor suporta apenas um televisor

EU POSSO TRAZER CONVERSOR DO EXTERIOR?
Não, porque a tecnologia utilizada pelas redes de TV aberta é originalmente brasileira

EU SOU ASSINANTE DE TV PAGA. TEREI DE COMPRAR O CONVERSOR?
Depende. A NET afirma que suas caixinhas são compatíveis com o sinal de TV aberta; a Sky e a TVA devem lançar seus produtos compatíveis no ano que vem

A TV QUE ASSINO É DIGITAL. NÃO É A MESMA COISA?
As TVs por assinatura hoje transmitem digitalmente a programação das emissoras, mas não em alta definição

NÃO SOU DE SÃO PAULO. COMO EU SEI QUANDO A TV VAI CHEGAR ONDE MORO?
O Fórum do SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre) tem um cronograma em www.forumsbtvd.org.br/cronograma.php

EU NÃO QUERO GASTAR AGORA. ATÉ QUANDO TEREMOS A TV ANALÓGICA?

Até julho de 2016

"O videogame" também é uma arte

São Paulo, 21 (AE) - Aquilo que todo mundo vê como diversão para eles é trabalho. Mais do que isso. É arte. "O videogame é visto por muita gente como coisa de criança, mas é um tipo de arte. A literatura quando surgiu também foi encarada como uma forma de alienação e hoje é o maior foco de cultura. Logo o videogame também vai estar nessa", sustenta a atriz Luiza Gottschalk, de 23 anos, que apresenta o programa "Combo Fala + Joga", ao lado do também ator Luciano Amaral e da modelo Tatiana Dumenti.
Na atração, que passa diariamente às 21h30 na PlayTV (canal 21 na TV aberta), os convidados têm de, ao mesmo tempo, conversar e jogar. "As mulheres mandam melhor porque estão acostumadas a fazer dez mil coisas ao mesmo tempo. Sem contar que elas falam muito", diz Luiza.
"O público leigo não percebe o quanto isso é difícil. A maioria dos moleques diz que fala enquanto joga Winning Eleven, mas eles não têm de seguir uma linha de raciocínio, não têm de estar sempre atentos ao que o outro fala, por isso acham que é tranqüilo", diz Luciano.
"A Ivete Sangalo quando veio aqui ficou tão entretida no jogo que não conseguia falar. Já o Zé do Caixão não conseguia nem apertar o botão com aquela unha enorme", conta Luiza. "Mas como o programa é em clima de brincadeira, a gente mesmo vira e diz para o convidado: ‘Fala, mas joga!’", diz Tatiana.
Para eles, a entrevista feita dessa forma é enriquecedora. "A pessoa está mais relaxada, mais descontraída, não está prestando tanta atenção no que está falando. Por isso, saem muitas coisas legais", diz Luiza.
PAIXÃO ANTIGA
Desde a época em que interpretava o inesquecível Lucas Silva e Silva, do "Mundo da Lua" (TV Cultura, 1991), Luciano Amaral é fissurado em videogame. "Jogo desde moleque. Já tive Phanton System, Master Sistem, Nintendinho (Nintendo 8 bits), Super NES, Mega Drive e Sega Saturn. Depois, voltei a jogar com o PlayStation 2", conta.
Com Luiza Gottschalk não foi diferente, mas há um detalhe: ela é mulher. "As pessoas sempre se surpreendem porque eu jogo. Os homens chegam nos lugares mais inesperados, como festas e baladas, e pedem para eu jogar com eles. Ficam loucos para ganhar. É um desafio. É como ganhar do Romário. Mas eu tenho uma média boa, geralmente saio vitoriosa", gaba-se.
Tatiana é a única da turma que caiu de pára-quedas nessa história. "Nunca fui de jogar. A maioria dos games eu aprendo na hora. Quando me chamaram fiquei surpresa. Pago mico junto com os convidados", brinca. "Gosto dos mais fáceis e fujo do Winning Eleven. Falo para o convidado: ‘Eu jogo tão bem boliche no Wii (novo console da Nintendo, com um controle revolucionário)", conta.
Aliás, segundo os apresentadores, o Winning Eleven e os games do Wii são os mais populares entre os convidados. "Acho que o Wii é uma febre momentânea porque os jogos não têm tanta variação", avalia Luciano. "Mas ele revolucionou a maneira de se jogar videogame e botou a Nintendo de novo no mercado", afirma Luiza.
Já o PlayStation 3 não empolga nem mesmo os VJ’s. "Tudo que tem no PS3 eu jogo no computador", diz Luciano. "Entre a primeira e a segunda geração do PlayStation, a mudança foi imensa. No PS2, você já conseguia ver a fisionomia dos personagens. Disseram que o PlayStation 3 revolucionaria o mercado, mas a mudança não foi tão significativa assim."
As meninas também apresentam programas de música e acham isso natural. Para os apresentadores, a ligação entre o mundo dos games e da música está cada vez mais intensa. "É quase como em um filme: a trilha sonora faz toda a diferença", diz Luiza. "O Datarock fez a trilha sonora do Fifa e veio este ano tocar no Planeta Terra (festival que aconteceu há dez dias em SP)", diz Luciano.

"Governos não sabem o que é a web", diz membro da ONU

Agência Estado) Qua, 21 Nov - 14h24
"Governos não sabem o que é a web", diz membro da ONU
Por Rodrigo Martins
Rio, 21 (AE) - Responsável pela organização do Internet Governance Forum (IGF), Markus Kummer, da ONU, acha que o futuro da internet é de responsabilidade de todos: sociedade, empresas e governos. E estes últimos, na sua opinião, devem se dar conta da importância da rede mundial para fomentar o acesso, principalmente em países pobres, com o objetivo de trazer desenvolvimento social e econômico.
Kummer é taxativo. "Muitos governantes não sabem o que é a rede mundial e nem como ela pode dar oportunidade às pessoas", disse à reportagem, entre uma pausa e outra das inúmeras palestras de que participou na semana passada. "Já países nada democráticos não querem saber mesmo, pois enxergam na web uma forma de perder o controle da situação."
Depois de surgir a pedido dos países-membros da ONU para tentar resolver a questão da internacionalização dos domínios, em 2005, o IGF, agora caminha para se tornar um espaço para discussões sobre o futuro da web. E a universalização do acesso tornou-se o tema mais importante. "Enquanto não conseguirmos levar internet para todos, o assunto principal continuará sendo o mesmo", disse.
Pela própria dinâmica da internet, Kummer conta que o fórum também foi modificado. "Em Túnis (local do primeiro IGF, em 2005), apenas os governos podiam ter voz. Havia platéia, mas ela não podia se manifestar - mesmo se houvesse um representante de uma empresa que estivesse em debate. Revimos isso. Neste ano, abrimos o encontro também para a sociedade civil e as empresas."
Esse novo modelo, disse, representa uma quebra de protocolo inédita nas convenções da ONU. Por outro lado, tirou o caráter mais prático e concreto das reuniões. "Não há documento ou resolução nenhuma assinada. Mas vimos que não há como discutir a internet sem levar em conta todos os atores do processo.
Além disso, os governos precisam aprender os conceitos, para praticá-los. No futuro, os membros da ONU poderão, juntos, tomar decisões mais acertadas baseadas no que foi discutido neste e nos futuros encontros."
No IGF deste ano, foram quatro os temas principais: universalização do acesso, segurança no ciberespaço, diversidade cultural e códigos abertos. "O estágio de disseminação da rede é muito diferente no mundo. Os países pobres se preocupam em levar a web a todos. Os ricos estão mais preocupados com questões relacionadas à segurança, como pedofilia", destacou. "Mesmo assim, a internet é fundamental. Esperamos torná-la universal, segura, e permitir que mais pessoas possam desenvolver-se com ela."
Boxe
NO EVENTO
GOVERNO ANUNCIA PROJETOS DE INCLUSÃO DIGITAL
No IGF, foram anunciados planos de inclusão digital para o Brasil. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou que o governo pretende levar banda larga para todas as escolas do País. Para isso, vai interligar a estrutura de fibras ópticas já existentes em gasodutos, oleodutos e torres de energia. Outro anúncio foi feito pelos Ministérios da Cultura, da Ciência e Tecnologia e pela Secretaria de Planejamento de Longo Prazo. A idéia é construir infra-estrutura para disseminar a banda larga, além de fomentar a produção de conteúdo digital e montar um grupo de discussões sobre a web com setores da sociedade.
GOOGLE É SABATINADO POR CENSURA NA CHINA
O representante do Google, Bob Boorstin, foi alvo de perguntas indignadas a respeito da obediência da empresa à censura na China. "Escolhemos o que é bloqueado conforme as leis do país", disse. "Não é melhor nós fazermos isso que o governo?"
PEDOFILIA PODE MIGRAR PARA A AMÉRICA LATINA
Com a Europa mirando na segurança da internet, a pedofilia pode migrar para a América Latina. Segundo Thiago Tavares, da ONG brasileira Safernet, isso já ocorre. "Na América Latina, não existem leis claras de repressão", destacou.
PAÍSES POBRES DEVEM ATUAR JUNTOS,DIZ BIRD
Valerie D’ Costa, do Banco Mundial (Bird), afirmou que os países pobres às vezes escolhem projetos e tecnologias opostas, o que dificulta a cooperação e faz os projetos naufragarem. "Os governos devem procurar soluções inovadoras", disse.
POLÊMICA SOBRE OS DOMÍNIOS CONTINUA
Países como Brasil, Índia e Arábia Saudita reclamaram do controle dos domínios de internet pelo orgão Icann, dos EUA. "Não pode ficar na mão de um só país", disse o ministro de Tecnologia da Arábia Saldita, Abdulah Aldarrab

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

O caráter pseudo da informação - Resumo!!


O texto, de Denize Correa Araújo, discute a controvertida inclusão digital. E sugere que mesmo em países de Primeiro Mundo, a exemplo dos Estados Unidos, é difícil considerar a existência de tal inclusão, já que muitos utilizam a rede apenas para ler e-mail. Pra tanto a expressão “ inclusão digital” não pode ser empregada em termos quantitativos.

Em analogia com o número de alfabetizados no mundo, põe em questão a seguinte premissa: “Quem não consegue ler e fazer sentido ao que está lendo dificilmente aprenderá isso na rede.” Como afirmar que a rede será capaz de democratizar e promover a igualdade?

Interagir na rede significa muito mais que receber e emitir e-mails, pois a rede é uma ferramenta para “minimizar rotinas burocráticas” (pagar contas, obter informações,...).

Segundo a autora a internet está criando um local de interação para os “incluidos digitalmente”, ou seja, uma “hipertrópole digital” – uma megalópole onde a virtualidade está tomando o espaço da cidade real.

Na citação do texto “A democracia dividida: a internet e a participação política nos Estados Unidos”de Wilhelm, a autora conclui ser relevante que pessoas de classe menos favorecida e outras etnias não fazem uso do voto eletrônico, mas aponta para outros fatores que não a “exclusão digital” para justificar: o caráter não obrigatório do voto e a cultura(no caso dos índios – autonomia política).

Dominique Wolton trata que 80% dos “incluídos” estão nos EUA, mas na controvérsia de que mesmo entre os “incluídos” existem “excluídos”, como tratar dos restantes 20%.

Os telecentros surgidos nos países nórdicos, em 1985, chegam ao Brasil apenas em 1992, em Santa Catarina. E segundo Lúcio Eduardo Darelli, os telecentros têm “ por objetivo educar digitalmente em termos de informação e cidadania para oferecer melhores condições de vida com a ajuda da tecnologia”.

Para falar do contexto Brasileiro trata do filme: “ Quanto vale ou é por quilo” de Sérgio Bianchi –o tratamento das ONG’s e a máfia dos telecentros.

Direcionando para o Brasil, a autora expõe duas vertentes, ou argumentos:

Como falar de inclusão digital quando existem excluídos socialmente e culturalmente? O que a inclusão proporcionaria para os analfabetos ou para os pseudo alfabetizados?

Lídia Oliveira Silva e Denize Arauju: a sociedade que vai fazer uso dessa tecnologia, a mudança social é mais lenta que a tecnológica.

Silveira e Manuel Casteles: desenvolvimento sem internet seria o equivalente à industrialização sem eletricidade (...) para eles não se pode frear o desenvolvimento tecnológico a fim de contemplar o desenvolvimento sociológico, que se tornaria conseqüência do desenvolvimento da tecnologia.

Mesmo conseguindo passar o processo de instalaçõ, projetos de “inclusão digital” são falhos, pelos propostas que tem uma concepção reduzida do que deveria ser o acesso à informática e á internet, como afirmado por Silveira.Para Marcos Palácios – a presença do português na internet 0,82% comparado com o inglês 75% dificulta o acesso às informações como também às instruções.

Três fatores socioeconômicos de Palácios:

ü Acesso ao computador

ü Acesso à linha telefônica

ü Acesso a provedor de serviço

ü Para ele, no caso do Brasil isso pode se constituir como impedimento mesmo para usuários potenciais de alto poder aquisitivo. Aponta que o menor impedimento, no Brasil, tem sido a disponibilidade de computadores.

Para Denize, a lista de impedimentos é:

ü O conhecimento técnico ( mecanismos de digitação)

ü O entendimento pragmático (o que fazer e como fazer para tornar a rede uma opção prática na vida das pessoas)

ü O posicionamento crítico ( o uso da Internet para games e blogs, não caracteriza a inclusão digital).

Segundo Arlindo Machado, não é mais descabido o postulado corrente segundo o qual o analfabeto de nosso tempo já não é mais aquele que não sabe ler e escrever, mas sim aquele que não sabe articular um discurso multimidiático pleno.

O Sistema Linux: ( software livre). Segundo Castelles, existem inúmeras vantagens., tais como: melhor qualidade, inovação tecnológica, produtos superiores, menos vírus (...). O Brasil, capaz de competir no mercado com tecnologias, mas tem a educação como um obstáculo. “ o sistema básico conseguiu escolarizar, mas não educar”.

Para André Lemos, participar e ser cidadão hoje é estar conectado.

Lévy sugere que o principal obstáculo para a inclusão não é a falta de um computador, mas o analfabetismo e a falta de recursos culturais. O autor defende a idéia de uma “ágora virtual”, a inteligência coletiva. Mas sabe que o desenvolvimento das mídias ocorre independente de existirem pessoas analfabetas.

A autora reintegra a idéia controvertida da “inclusão”, que no Brasil para ela é de alcance para as classes A e B, o que prova o caráter de “exclusão”.

CULTURA LIVRE


Segundo David Pogue, os softwares não são capazes de punir ninguém. “Eles não afetam pessoas que não estão on-line”, autor cético acredita que se a vida no ciberespaço está indo mal podemos sempre desconectar. Porém essa verdade não é compartilhada com o autor de “Cultura Livre”, que trata dos problemas que a internet provoca mesmo quando o modem está desligado.Para ele “ não há mais nenhuma chave que irá nos isolar dos efeitos provocados pela internet.”

O autor afirma que vivemos uma tradição de “cultura livre”, mas isso não representa liberada, e sem propriedade. Uma “cultura livre” apóia criadores e inovadores.

Pirataria: cópia de material sob copyright, sendo que a mais prejudicial é a que utiliza para fins lucrativos, comercial.

Pirataria na Internet:

A pirataria é errada o que não significa dizer que desculpas e justificativas não podem ser feitas quanto a isso. Posicionamento tido como extremista pelo autor é comparar um livro que se pega numa livraria e não pagamos e uma música on-line. O que é justificado pela lógica do compartilhamento. Se você pega um livro é um a menos, mas se compartilha com outro computador é um a mais para ser fonte e sem perda.

E são gerados outros exemplos como o da “estratégia do Vício” – Microsoft versus GNU – Linux. O autor acredita que mesmo que algumas formas de pirataria sejam erradas, não significa que todas o são, para ele existem forma úteis e produtivas, seja para construir conteúdo novo como para criarem novas formas de negócios.

O sistema P2P – de compartilhamento pela internet, programas como: KaZaA, LimeWire, eMule...).

Segundo o autor podemos classificar os participantes das redes de compartilhamento em 04 Tipos:

A - Substituição pela compra

B - Experimentar antes de comprar

C - Obter matérias sob copyright que não são mais vendidos, ou que não podem ser comprados ou que o custo de compra seria muito grande.

D - Obter arquivos que não estão sob copyright ou cujo dono disponibilizou gratuitamente.

A seguir o autor vai analisar esses tipos como legal, ou ilegal, e prejudicial e favorável ao mercado de acordo com princípios lógicos.

O autor chega a conclusão que assim como outras inovações tecnológicas ( Xérox, vídeo-cassete) no caso do compartilhamento P2P, o uso da tolerância Zero, significa o fim de tal tecnologia, relegada a completa ilegalidade.

O caso das patentes, pela propriedade intelectual, também são problematizadas, e o exemplo crítico é a Indústria Farmacêutica, ao que se refere ao Coquetel contra a AIDS e a alarmante contaminação na África. Questionamentos que envolvem desde o racional, até o econômico permeiam essa discussão, pois como imaginar que pessoas que poderiam viver por mais 10 ou 20 anos estão sendo deixadas a mingua por causa de uma patente?

Colecionadores:

O caso do Internet Archive ( Brewster Kahle)

- uso da “máquina do Retrocesso” - poder de ver o que vc. lembra, e o que vc. não lembra e o que os outros queriam que vc. não lembrasse.

- Television Archive

- Movie Archive

Resumo do Texto: Cibercultura como território recombinante- André Lemos

A Cibercultura, segundo André Lemos, é por assim dizer, um "território recombinante", pois permite ao campo da cultura, uma série de territórios informacionais por meio de novas tecnologias da comunicação: textos, imagens, som. Assim, exemplos como: orkut, you tube e redes P2p, mostram muito bem esse movimento de recombinação cultural em um território eletrônico no crescimento planetário. Sabe-se tambpem, que a cultura é forte e dinâmics, e nesse contexto a Cibercultura surge como uma grande novidade por proporcionar velocidade e o alcance global do movimento cultural. A Cibercultura permite o indivíduo produzir e publicar em tempo real, reconfigurando assim, a já conhecida Indústria Cultural. A título de hipótese, André Lemos aponta 3 leis presentes na base do processo cultural da cibercultura: a liberação do pólo da emissão, o princípio de conexão em rede e a conseqüente reconfiguração sociocultural a partir de novas práticas produtivas e recombinatórias. No 1 princípio, a evolução tecnológica cria uma efervescência, um excesso de informação pela possibilidade de que cada um seja também produtor e emissor de conteúdo (exceção dos países de regime totalitários). As formas da arte eletrônica colaborativas mostram diversas ações coletivas, participativas e recombinatórias, onde pessoas e grupos cooperam entre si, pela via telemática ( Emita e Produza!). No 2 princípio, a conexão, o autor afirma que não basta apenas emitir sem conectar. É necessário emitir em rede, entrar em conexão com outros, circular, distribuir. Esse é memso um traço característico da cibercultura: o uso das redes e tecnologias de comunicação e informação para a criação de vínculos sociais, locais, comunitários e mesmo planetários. Assim, emitir e conectar produz o terceiro princípio: o da reconfiguração que já deponta grandes questões acerca dos mecanismos legais de recombinação (licenças abertas ou copyleft), fruto das mídias digitais, redes telemáticas e processos recombinatórios de conteúdo informacional.Um outro ponto fundamental apontado pelo texto é o da desterritorialização cultural como sendo fruto da globalização e alida às nivas mídias digitais: Redes Bluetooth, conexão Wi-Fi e etiquetas RFDI. Trata-se de uma vivência de processos desterritoralizantes ( criação de territórios) constituído na interseção entre o espaço físico e o eletrônico: Um executivo que viaja com seu laptop está em mobilidade mas, ao mesmo tempo controlado e territorializado pelo monitoramento informacional exercido pela estrutura empresarial. É a partir deste conceito de "territorialização" que alguns autores consideram o ciberespaço como sendo um espaço ilimitados e, constituído por redes informacionais. Dessa forma, o territorio digital cria uma zona dentro de outros territórios onde é possível acessae, produzir e distribuir informação, de maneira autônoma e estabelecendo redes colaborativas cada dia mais complexa. Contudo, o autor afirma que caberá ao homem participar ativamente da cibercultura e criar nos territórios recombinantes.

TV Brasil: uma emissora cada vez menos pública

João Brant - Observatório do Direito à Comunicação 27.11.2007
O anúncio da composição do Conselho Curador da Empresa Brasileira de Comunicação (organização que vai abrigar a nova TV pública) não trouxe surpresas. Infelizmente. Desde que o processo passou às mãos da Secretaria de Comunicação Social, do Ministro Franklin Martins, ficou claro que a composição do conselho, pretensamente representativo da sociedade, seria decidida unicamente pelo Executivo, a partir de critérios próprios. A TV pública nasce vítima do modelo que o governo criou. Em vez de optar por uma arquitetura pública de participação, preferiu manter o controle e ser responsável direto por todas as indicações. Feita essa opção, recaiu sobre ele o ônus de provar que não era autoritário e que não queria criar a “TV Lula”. Fez tanto esforço para isso que criou um conselho conservador e elitista. Assim, criou-se um aparente paradoxo: no afã de legitimar o projeto da TV pública com setores da direita, o governo abriu mão do caráter público e deu à emissora um perfil governamental. Mais: criou no conselho uma composição pensa, que traz uma penca de empresários e nenhum representante dos trabalhadores, seja da comunicação seja do campo geral. Também indicou apenas uma pessoa com atuação no debate das políticas públicas de comunicação (o advogado José Paulo Cavalcanti), que mesmo assim não vinha participando dos debates da TV pública. Aliás, essa foi a tônica das indicações: nenhum dos escolhidos participou do Fórum de TVs Públicas nem representa setores que vinham se manifestando no debate. Dirão as vozes governistas que esses setores são representativos apenas de um pequeno setor da sociedade. Mesmo se isso for verdade, esse setor (pequeno ou grande) não pareceu digno de representação, a se julgar pela ausência completa de nomes desse campo no conselho. Para piorar, a idéia (positiva) de que o conselho não deve ser composto somente por especialistas acabou sendo tão forte que nenhum representante acadêmico da comunicação foi indicado.Há de se notar ainda a preocupação com a questão da regionalidade e, minimamente, da diversidade étnico-racial e de gênero. No entanto, isso se deu sem diálogo com o próprio movimento negro, indígena ou feminista, o que mostra que definitivamente representatividade não foi um dos critérios nesse processo. Critérios são sempre questionáveis, dirão alguns. É justamente isso que se está fazendo aqui, questionando- os, embora neste caso – um debate sobre uma TV pretensamente pública, ressalte-se – os únicos critérios que valham sejam aqueles decididos pelo governo.Esse fato ilustra, a bem da verdade, um problema de origem desse conselho. A lógica de um órgão representativo da sociedade escolhido pelo governo, sem sequer um processo de indicação, é paternalista e anti-democrática. Assessores do ministro vêm utilizando o argumento de que “no Reino Unido é assim”. Não é. No caso da BBC, a composição do Trust ('conselho curador' de lá) parte de um processo de seleção pelo “comitê de indicações públicas”, órgão independente que faz esse papel para mais de 1000 órgãos com participação social. Esse comitê recebe indicações da sociedade, e faz uma lista de candidatos a serem entrevistados. A partir da fase de entrevistas, entra, como um dos avaliadores, um representante do governo inglês. Depois disso, as indicações são passadas ao Secretário de Estado, depois ao Primeiro-Ministro e, finalmente, à rainha (que não manda nada, como indica o próprio cargo, mas mostra que a decisão está acima do governo da vez).Além disso, embora haja, no final do processo, esse 'filtro' de governo, trata-se de um mecanismo democrático de um país que é parlamentarista há séculos, com uma forte tradição de debate público e de equilíbrio na composição desses espaços. Ainda assim, o BBC Trust já foi criado com dezenas de pesos e contrapesos, 'checks and balances', mecanismos de consulta, medidas para evitar o conflito de interesses dos conselheiros, comitês públicos que analisam a programação, isto é, vários mecanismos que estabelecem um forte compromisso dos trustees com o conjunto da sociedade. Por aqui, se depender da análise prévia, começamos mal. De toda forma, o governo não precisaria atravessar o Atlântico se quisesse encontrar modelos mais democráticos de representação. Há nas próprias estruturas do Estado brasileiro excelentes referências. Tanto o campo da Saúde quanto o da Habitação, por exemplo, têm modelos avançados de gestão, com conferências periódicas e conselhos representativos, eleitos pelos setores envolvidos por meio de mecanismos democráticos. Se não quisesse sair da própria área da comunicação, o governo poderia adotar o modelo do Comitê Gestor da Internet, que também tem sua composição determinada por voto direto dos setores interessados. Embora esses conselhos tenham atribuições diferentes do que aqui discutimos, todos eles encontraram formas democráticas de a sociedade escolher seus representantes. Mais que isso, nenhum desses conselhos sofre do corporativismo que o governo usa como justificativa para a não adoção desses modelos. Se não foi por falta de opção nem de aviso, o governo fez uma opção clara e consciente de modelo. Resta torcer para os críticos desta proposta estarmos errados. Não é o que indicam os prognósticos, mas para quem acredita na necessidade de uma TV verdadeiramente pública no Brasil, manter a esperança é questão de sobrevivência.* João Brant é coordenador do Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social
Fonte:http:/ /www.direitoacom unicacao. org.br/novo/ content.php? option=com_ content&task=view&id=2067
Boa prova pra todos!

Emissoras se preparam para TV digital; público tem dúvida

Imagem em alta definição, som surround, mobilidade, portabilidade, interatividade. As qualidades tão aclamadas da TV digital prometem revolucionar a televisão aberta brasileira. O modelo, que estréia no domingo, dia 2, em São Paulo, com pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve proporcionar mais impacto do que a troca do televisor preto-e-branco pelo colorido. O telespectador, no entanto, tem mais dúvidas que empolgação diante da novidade. Afinal, como vai funcionar a TV digital?

Basicamente, a diferença está na forma de transmissão da programação, que hoje é analógica e, com a mudança, passa a ser digital. Para desfrutar da tecnologia, bastará adquirir um televisor com o receptor embutido ou ligar um conversor chamado set-top box ao aparelho e à antena UHF que já estão em casa. Apesar de simples, a 'conversão' para o mundo da TV digital é cara: os televisores modernos custam, no mínimo, R$ 8 mil, e o conversor não sai por menos de R$ 500. Quem não quiser ou não puder colocar a mão no bolso continuará recebendo o sinal analógico nos próximos dez anos - prazo máximo para o fim da transmissão pelo modelo atual. "O telespectador com conversor ou com televisor digital recebe a imagem com qualidade máxima ou não recebe", afirma José Chaves, diretor de Engenharia da TV Cultura.
As vantagens, porém, chamam atenção. O novo sistema promete imagem nítida (ou seja, adeus a chuviscos e fantasmas) e som igual ao das salas de cinema. Também será possível assistir à programação por celular e outros aparelhos portáteis e interagir com o programa preferido - os dois últimos recursos, contudo, não entram em cena agora. Os televisores de plasma ou LCD que ganharem o set-top box ainda terão imagens em alta definição.
Emissoras
As principais emissoras do País (Globo, Record, SBT, Band e Cultura) investem pesado na novidade. As redes compraram equipamentos e treinaram funcionários para recepcionar e distribuir o sistema. Figurinistas, cenógrafos, maquiadores e demais profissionais que atuam nos bastidores tiveram de 'reaprender' a trabalhar. Afinal, será preciso tomar cuidado com os detalhes por conta da qualidade de captação e de transmissão que chegará às TVs digitais a partir do dia 2.
"A alta definição exige soluções específicas em setores técnicos, como vídeo, áudio, iluminação, fotografia, e também em outras áreas, como cenografia, maquiagem e figurino. Isso porque a maior resolução faz com que os detalhes fiquem seis vezes mais perceptíveis. Os maiores impactos dessa transição ocorrem na construção e nos acabamentos de cenários e na maquiagem", diz Raymundo Barros, diretor de Engenharia da Globo.
Alguns exemplos: Duas Caras, da Globo, e Dance, Dance, Dance, da Band, são produzidas em alta definição. A marca de um dedo no vidro do porta-retratos da mansão de Branca (Suzana Vieira), personagem de Duas Caras, poderá ser vista pelo telespectador. E uma possível acne no rosto de Sofia (Juliana Baroni) em Dance, Dance, Dance não poderá mais ser escondida com camadas de base sem que o público perceba que a pele está maquiada.
Apesar da força-tarefa das empresas, a TV digital e a alta definição devem estrear para poucos por causa dos preços salgados dos conversores e dos aparelhos modernos. No domingo, os canais inauguram o sinal digital e uma pequena parte da programação em alta definição. A Globo testa o benefício com um novo quadro do Fantástico. A Band mostra o Programa Raul Gil, futebol e um especial com o cantor italiano Andrea Bocelli. Record e SBT entram na onda com os filmes da Tela Máxima e do Oito e Meia no Cinema, respectivamente. Na segunda-feira, os longas e as novelas Duas Caras e Dance, Dance, Dance poderão ser assistidos em alta definição. As informações são do Jornal da Tarde

Resumo do Texto de Andre Lemos: Alguns pontos para compreender nossa epoca

Alguns pontos para compreender nossa época
(André Lemos)
Cibercultura é a forma sociocultural que emerge da relação simbiótica entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias de base mico-eletronica que surgiram com a convergência das telecomunicações com a informática na década de 70. Essa relação se estabelece pela emergência de novas formas sociais que surgiram a partir da sociabilidade pós-moderna e das novas tecnologias.
A cibercultura é o desdobramento da tecnologia com a modernidade. É a transformação do mundo em dados binários para futura manipulação. A convergência da informática com as telecomunicações vai dar origem ao que se vem chamando de sociedade da informação ou informacional. É a apropriação, não de forma irreversível, social-midiática da técnica.
Cada transformação midiática alterna nossa percepção espaço temporal. Na contemporaneidade vive-se uma sensação de tempo real, imediato, livres e de abolição do espaço física geográfico. Sociedade da informação é instantaneidade e ubiqüidade. O tempo real parece aniquilar o espaço de lugar. Qualquer indivíduo, a priori, pode emitir e receber informação em tempo real. Conexão generalizada. A rede é tudo e tudo está em rede. As tecnologias digitais aumentaram a mobilidade.
As práticas comunicacionais da cibercultura são inúmeras. Deve-se elencar entre elas, a utilização do email, os chatas, os muds, os role playng games, as lans house, weblogs, etc. Além das formas tradicionais de comunicação que são ampliadas, transformadas e reconfiguradas com o advento da cibercultura. A Net não é uma mídia no sentido em que entendemos a mídia de massa. Não há fluxo um (quando falo que estou lendo um livro ou vendo tv todos sabem o que faço, mas se digo que estou na Internet posso estar fazendo qualquer uma dessas coisas). A relação da Internet com os demais meios não significa transposição nem aniquilação. Liberação do pólo de emissão, comunicação bidirecional, sem controle de conteúdo.
Novas ferramentas de comunicação geram efetivamente novas formas de relacionamento social. O maior uso da Internet hoje é para buscas efetiva de conexão social(e-mail, listas, blogs, fóruns, webcams...).
Surgimento e consolidação de uma arte eletrônica aberta, rizomática e interativa. O corpo da cibercultura é um corpo ampliado, transformado e refuncionalizado a partir das possibilidades técnica de introdução de micro-máquinas que podem auxiliar as diversas funções do organismo (cyborg). Na cibercultura, entramos na fase de colonização interna do corpo com próteses e nano máquinas, correlata à explosão de transformações subjetivas através dos atuais piercings, tatoos, etc.
Formas de controle, vigilância, fim da privacidade, os problemas políticos trazidos pela cibercultura.
As cibercidades e a tentativa de reaquecer o espaço público, recuperar o interesse dos espaços concretos das cidades. Vivemos na cibercidade – as cidades de hoje já estão sob o signo do digital.
Leis da Cibercultura:
Lei da Reconfiguração: Não substituição ou aniquilamento. Existe a reconfiguração das práticas, modalidades midiáticas, espaços, sem a substituição de seus respectivos antecedentes.
Liberação do pólo da emissão: O que está em jogo hoje com o excesso de informações é a emergência de vozes e discursos anteriormente reprimidos pelos mass media. A liberação do pólo da emissão está presente nas novas formas de relacionamento social, de disponibilização da informação e na opinião e movimentação social da rede. Chats, weblogs, listas, emails, comunidades virtuais devem ser compreendidas nessa lei.
Lei da Conectividade Generaliza: Começa com a transformação do PC em CC (Computador Conectado). A possibilidade se estar só sem estar isolado. Nessa era da conexão, o tempo reduz-se ao tempo real e o espaço transforma-se em não-espaço, mesmo que por isso a importância do espaço real, como vimos,e do tempo cronológico, que passa, tenham suas importâncias renovadas.

Espaçoso

Super na contramão dos computadores portáteis, um comerciante anunciou no site de comércio eletrônico eBay um “Compiano”: computador “embalado” num enorme instrumento musical, como mostra a imagem abaixo. “Você nunca viu algo parecido. Se você só escolhe o melhor, por que compraria um Dell?”, provoca o anúncio. O leilão, com oferta inicial de US$ 6,9 mil, encerra no dia 2 de dezembro. Se não quiser esperar até lá, pode optar pela alternativa “compre agora”: nesse caso, terá de desembolsar US$ 20 mil. A dica do produto é do blog Neatorama.

Universidade japonesa dá cursos pelo celular


A Cyber University, a única universidade japonesa que oferece todos os seus cursos pela internet, começou nesta quarta-feira a oferecer aulas também pelo celular.


As aulas, que fazem parte do curso sobre os mistérios das pirâmides, consistem basicamente em imagens de Power Point com textos e imagens, com a locução de um professor ao fundo, que pode ser ouvida pelos fones do aparelho.


No caso das aulas para computador, o sistema é mais completo: imagens e texto ficam no centro da tela, enquanto um vídeo com a palestra do professor aparece no canto.


A universidade, que foi inaugurada em abril deste ano e tem a permissão do governo de conceder diplomas de bacharel, tem 1.850 estudantes.


Atualmente, a universidade virtual oferece cerca de 100 cursos, como cultura chinesa antiga, jornalismo on-line e literatura inglesa.


Por enquanto, a versão para celulares terá apenas o curso sobre as pirâmides, mas deve ser expandida em breve.


De acordo com Sakuji Yoshimura, que dirige a Cyber University e ministra o curso sobre pirâmides, a universidade oferece oportunidade às pessoas que têm dificuldades de ir a uma universidade tradicional, incluindo os que trabalham, deficientes físicos e doentes.


"Nossa obrigação como educadores é corresponder às necessidades de quem quer aprender", disse o diretor.


O curso está disponível apenas nos aparelhos da fabricante de celular Softbank, que é dona de 71% da universidade virtual. Os alunos não precisam pagar uma mensalidade à faculdade, mas têm de arcar com os custos da operadora.

Universidades criam biblioteca on-line com 1,5 milhão de livros

Projeto iniciado em 2002 tem títulos em 20 línguas; português ainda está fora. Por causa dos direitos autorais, nem todos os livros estão 100% disponíveis.

Do G1, em São Paulo

O projeto Million Book acaba de completar a digitalização de 1,5 milhão de títulos, grande parte deles disponíveis gratuitamente on-line A iniciativa foi realizada pela Universidade Carnegie Mellon, dos EUA, pela Universidade Zhejiang, da China, pelo Instituto Indiano de Ciência e também pela Biblioteca de Alexandria, no Egito. Pelo fato da conclusão da primeira fase ter sido oficialmente divulgada nesta quarta-feira (28), a grande quantidade de acessos fez com que o site ficasse instável e lento. Além disso, por uma questão de direitos autorais, nem todos os livros estão 100% disponíveis -- muitos já foram digitalizados, mas ainda aguardam negociações para serem oferecidos gratuitamente. Enquanto isso não acontece, os internautas podem encontrar apenas o resumo dessas obras protegidas. Iniciado em 2002, o projeto tem uma grande variedade de títulos. “Qualquer usuário da internet tem acesso agora a uma coleção de livros equivalente à biblioteca de uma grande universidade”, afirmou Raj Reddy, professor de ciência da computação e robótica da Carnegie Mellon. “Esse projeto nos coloca mais próximos do ideal da biblioteca universal, tornando todos os trabalhos publicados disponíveis para todo mundo, o tempo todo, em qualquer língua”, continuou Reddy. “As barreiras econômicas para a distribuição de conhecimento estão caindo”, continuou o professor que liderou o projeto. Apesar de o Google, a Microsoft e o Internet Archive também estarem envolvidos em projetos de digitalização de livros, o projeto Million Book representa a maior iniciativa acadêmica para disponibilizar livros gratuitamente. Pelo menos metade dos títulos digitalizados pelo Million Book está livre de direitos autorais ou teve sua digitalização autorizada pelos detentores desses direitos. Nesses casos, o conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente.

Coleção
Na coleção de 1,5 milhão de livros há obras escritas em 20 línguas diferentes – no recurso de busca avançada, ainda não consta o português. Depois de digitalizados, os textos passaram por métodos de reconhecimento de caracteres, para viabilizar as buscas no site. O projeto recebeu US$ 3,5 milhões em investimentos da Fundação Nacional da Ciência, dos EUA, e o apoio de empresas de hardware e software. Esse dinheiro foi usado para a aquisição de equipamentos de digitalização e para o desenvolvimento de métodos para a catalogação da biblioteca on-line. Além disso, os EUA, China e a Índia contribuíram, cada um, com US$ 10 milhões para o projeto. Grande parte da digitalização foi realizada na China e na Índia – 1,1 milhão de livros e 360 mil, respectivamente. Atualmente, 7 mil livros são escaneados diariamente para o projeto, por cerca de mil pessoas espalhadas pelo mundo. Os responsáveis pelo projeto querem expandi-lo para todos os países e, eventualmente, para todas as línguas.

"O software livre é resultado de um sistema social ético"


Personalidade Responsável pelo movimento a favor do software livre e desenvolvimento do sistema operacional GNU/Linux, Richard Stallman esteve em Salvador semana passada para pregar que seu trabalho está no centro da luta pela liberdade de informação. Foto: J.T.S. Moore.

Não é fácil entrevistar Richard Stallman, um dos principais responsáveis pelos softwares livres e pelo GNU/Linux. Ele esteve em Salvador nessas últimas semanas para duas palestras, no Goethe Institut e no Hotel Fiesta. E, nas duas oportunidades, vai tratar de como a idéia software livre está no centro da luta pela liberdade de informação. "O continente que estamos construindo no mundo cibernético é o lugar da liberdade", diz. A dificuldade de entrevistá-lo não vem (apenas) do nervosismo de falar com alguém tão importante, mas do fato de ele interromper quase todas as perguntas para discordar do uso dessa ou daquela palavra, desse ou daquele conceito. Richard Stallman não é um programador comum ou um homem de negócios, como estamos acostumados a ver no mundo da informática, ele é antes de tudo um ativista político. E, como bom ativista, ele está diretamente interessado em qualquer interpretação que se possa fazer de seu trabalho. O lado bom do lado político de Stallman é a firmeza (talvez até demais) com a qual ele defende as suas posições. São argumentos que, ao menos, nos fazem refletir sobre questões do dia-a-dia.

A Tarde - Porque alguém deveria tirar o Windows do seu computador e instalar o GNU/Linux?
Richard Stallman - Existem razões secundárias, como o fato de o GNU/Linux ser muito mais confiável e eficiente, além de ser muito mais barato. Mas essa não é apenas uma questão técnica, é uma questão de liberdade. Ao usar o GNU/Linux ou qualquer outro software livre, você tem a liberdade de fazer com que o sistema faça aquilo que você precisa. Os softwares proprietários restringem e controlam o que se pode fazer em um computador, criando restrições de uso, de troca e negando o acesso ao código fonte. O que existe é a escolha entre dois sistemas sociais, um ético e outro maléfico.

AT - Gnu/Linux e Linux são a mesma coisa?
RS- Em 1985 eu tive a idéia de criar um sistema operacional livre, chamado GNU. Em 1991, nós havíamos desenvolvido quase todas as partes do sistema, mas faltava o kernel (um progra ma que opera o desempenho do hardware). Na mesma época, o kernel Linux tornou-se software livre. Então integramos o GNU ao Linux para conseguir um sistema operacional completo. Mas, injustamente, deram a essa combinação o nome de Linux, ainda que ela fosse muito mais GNU do que Linux. Então, por favor chame o sistema de Gnu/Linux e nos dê o crédito.

AT - Em sua visita a cuba você disse que o país é um lugar propício para o fomento do software livre. Mas o país é o único latino-americano presente na lista dos 13 "inimigos da internet", divulgada pela ONG Repórteres sem Fronteiras; O que você acha das restrinções à liberdade de informação em países como Cuba, China e Egito?
RS - Eu não disse isso, queria que você me desse o endereço do lugar que você viu isso para eu mandar uma carta reclamando. Eu disse que, em Cuba, não passa nem pela cabeça das pessoas pagarem por um software, porque não há venda de softwares por lá. Eles têm algumas liberdades, a de trocar com seus amigos, por exemplo, mas não têm outras, a de estudar o código. Cuba não respeita a liberdade e eu sou contra isso. Mas continuo trabalhando pelos software livres com países que não respeitam a liberdade, seja ele Cuba ou EUA.

AT - No Brasil é muito comum o uso de softwares piratas...
RS- Não acho que exista pirataria no Brasil nos dias de hoje, a pirataria era encontrada no Caribe, mais perto da América. E os piratas não usavam computadores, eles usavam metralhadoras. O ponto é que usar a palavra "pirataria" para falar de "troca de arquivos entre as pessoas" é fruto de um tipo de propaganda ideológica. Piratear é muito ruim e compartilhar com outras pessoas é algo bom, então não devíamos usar a palavra pirataria para falar disso.

AT - Certo, eu ia perguntar quais as vantagens entre usar um software pirata, que é de graça, e um software livre?
RS - Não gosto da palavra vantagem, porque ela parece dizer que as duas coisas são boas e uma é um pouco melhor. Troca ilegal não é ruim, mas é perigosa. Uma vantagem do software livre é que você pode compartilhar sem o perigo de ser preso. Quando um amigo seu pede uma cópia de um software proprietário, você tem duas escolhas: ou magoa seu amigo e não o dá a cópia ou fere a licença do software. O mal menor é desagradar a empresa, que não é sua amiga. Mas o único bem é ter apenas softwares livres, que além da liberdade de troca outras liberdades importantes.

AT - Qual o sistema operacional que e softwares você usa em seu computador?
RS - É contra os nossos princípios éticos usar aplicativos proprietários em nossos computadores. Por isso, não tenho sequer uma cópia do Windows. E, mesmo entre os softwares livre, muitos usam um ou outro software proprietário em seu pacote. Então, entre as muitas distribuições do Gnu/Linux, eu sá posso recomendar a Ututu e a gNewSense, 100% livres.

AT - Os laptops do programa Um Computador por Criança, adotado pelo governo federal, utilizam Gnu/Linux. O que você acha da utilização de softwares livres na escola?
RS - Eu diria que é uma ótima iniciativa se não fosse por um ou dois softwares proprietários instalados nesses computadores. As escolas, e, principalmente, as públicas, têm a responsabilidade de só ensinar software livre para os alunos, por vários motivos. Em nenhum lugar do mundo as escolas têm muito dinheiro e usar software livre é uma forma de economizar, mas não é só isso. As crianças têm uma curiosidade de saber como as coisas funcionam e só com os softwares livres os professores podem ajuda-los a ler o código e a programar. E também tem a questão moral: a escola não ensina só técnica, ensina ética e só o software livre é resultado de um sistema social ético.

AT - A luta pela liberdade já aconteceu em vários campos, religioso, econômico, etc. Você diria que a internet é a nova arena para essa luta e o software livre uma importante arma?
RS - Luta religiosa!?
AT - Não estou dizendo que sua luta é uma luta religiosa, quero saber se é o mesma luta
RS - Sim, sim. É o mesmo tipo de luta.

AT - Mas em nenhum desses campos a "liberdade" venceu completamente, os softwares livres vão ganhar a guerra contra a Microsoft e os softwares proprietários?
RS - O futuro do software livre depende de você. Todos contribuem para o futuro. A pergunta correta é "o que aconteceria no futuro se fizermos isso ou aquilo".

Naquela noite, Stallman falou no Goethe Institut para uma legião de fãs, estudantes de informática e curiosos, uma manada de GNUs. Para quem esperava ouvi-lo falar sobre aspectos técnicos do Gnu/Linux, só decepção. Stallman é, antes de tudo, um ativista da liberdade de informação. Software livre não é uma questão técnica, de ser melhor que o software proprietário. É uma questão de liberdade. O público ia ao delírio. Em mais ou menos uma hora e meia de fala, Stallman expôs suas idéias sobre o software livre, deu conselhos e denunciou a conduta "maligna" das grandes empresas. Ele tratou de assuntos pouco tecnológicos, como escolha ética e tentação de usar softwares não-livres. Não falou nada que quem estava lá não soubesse, mas o que importava era ver um ídolo em pessoa, como numa igreja. No final, ele vestiu capa preta e aréola feitas com um disco de CPU e virou Santo IGNUcius. O público, claro, foi ao delírio outra vez. Depois da palestra, perguntei para ele:

Quando o Santo IGNUcius se manifestou pela primeira vez?
RS - Eu inventei o Santo IGNUcius numa festa de dia das bruxas. Aí um dia eu ia falar num colégio católico e tive a idéia de usar a fantasia. Ia entrar fantasiado, mas tive medo da reação. Então coloquei a fantasia no final e o pessoal adorou. O Santo IGNUcius faz mais sucesso em países católicos, como o Brasil. Mas não é muito bom que saia a foto do Santo IGNUcius no jornal, quem estava na palestra sabe que é só uma brincadeira, depois de 1h30 de fala. A encenação é uma piada, mas os softwares livres não.

do blogdodez.atarde.com.br