Piratas usam striptease virtual para enganar filtros de segurança

G1

Golpistas pedem que usuários identifiquem letras e números distorcidos. A cada informação correta, a mulher virtual tira uma peça de roupa.

Piratas da internet criaram um golpe baseado em um striptease virtual para enganar sistemas anti-spam. O jogo em que uma mulher promete tirar sua peças de roupa só aparece em computadores que já estão infectados – mesmos nesses PCs o golpe ainda é raro, segundo empresas de segurança. Nesse golpe que tem usuários do Windows como alvo, os piratas oferecem um jogo que tem como chamariz a stripper Melissa.

Para que ela tire as peças de roupa, o usuário precisa identificar as letras ou números distorcidos que têm como base o Captcha (teste usado para determinar se o usuário é humano, ou se a solicitação vem de uma máquina). A cada informação correta, Melissa tira uma peça. “Hmmm, não. A palavra que você digitou não está correta. Vamos tentar de novo?”, é a frase encorajadora de Melissa que aparece em inglês, na tela, quando o usuário comete um erro.

De acordo com o site de tecnologia “The Register”, os usuários que aceitam o desafio ajudam os piratas a ultrapassar obstáculos criados para evitar ações em massa. Isso porque, quando identifica as letras e números, o internauta libera acesso a serviços que serão usados por pessoas mal-intencionadas – as vítimas podem liberar o envio de mensagens a uma determinada conta ou criar novos endereços de e-mail, facilitando a ação de spammers.

Os Captchas que Melissa exibe aos usuários, diz o jornal “New York Times”, são testes legítimos oferecidos pelo serviço de e-mail do Yahoo. Frustrados com a inabilidade de criar novas contas automaticamente, explica o jornal, os piratas conseguiram levar os usuários a fazer o trabalho sujo. “Temos de admitir que é uma estratégia inteligente”, afirmou Paul Ferguson, arquiteto de rede da empresa de segurança Trend Micro, à publicação.

Por conta do objetivo do golpe, a agência de notícias Associated Press afirma que dessa vez os piratas não querem seu dinheiro, mas sim o seu cérebro. Além disso, acrescenta a agência, “a mulher nunca se despe completamente e, depois de o usuário identificar diversos caracteres, o programa reinicia para que os usuários comecem tudo de novo."