domingo, 18 de novembro de 2007

Internautas têm em média 6,5 senhas

Hoje, são raras as operações --no trabalho, nas comunicação, com dinheiro, ou relacionamentos-- realizadas com sucesso sem a senha certa para cada uma delas.
Conseqüência quase inevitável da digitalização da vida, cada usuário da rede possui em média 6,5 senhas e 25 contas que requerem essas senhas, segundo um estudo da Microsoft sobre hábitos na internet.
Outra pesquisa feita pela empresa americana de segurança tecnológica RSA relata que 36% dos funcionários de empresas têm de administrar entre seis e 15 senhas, e 82% deles se dizem frustrados por não conseguirem administrar direito esses códigos todos.
Pois atire a primeira tecla aquele que nunca perdeu a sua. A comunidade "esqueci minha senha de novo", criada pelo designer Roberto Carlos Zamariola, 37, no Orkut, tem cerca de 1.300 esquecidos que trocam dicas para evitar o problema.
"Não imaginava que tanta gente tinha o mesmo problema", diz Roberto.

O inferno são as senhas

E nas costas de quem esse exército do "deu branco" pode jogar a culpa? "O que faz crescer o uso das senhas, em um mundo centrado na internet, é a importância da informação, que pode valer mais do que o dinheiro. Assim como preciso de senha para acessar meu dinheiro no banco, preciso também de uma chave para minhas informações", diz o coordenador do curso de Ciência da Computação da PUC-SP, Daniel Couto Gatti, com "mais de 30 senhas" declaradas.
Nem a sumidade da memória no Brasil, o coordenador do Centro de Memória da PUC-RS, Iván Izquierdo, 70, escapa dessa maldição. Para ele, é impossível decorar seqüências aleatórias sem escrever, por isso prefere anotar os cerca de 40 códigos que precisa usar todos os dias. Quando isso não acontece, Izquierdo recorre sem pestanejar à ferramenta dos sites que devolvem ao usuário esquecido a informação perdida.
Segundo Paulo Bertolucci, professor de neurologia do comportamento da Unifesp, decorar é possível desde que sejam criadas estratégias que relacionem as senhas a informações conhecidas. "A memória é associativa. São poucas e invejáveis as pessoas que conseguem decorar longas séries de números ao acaso."

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